segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A Sintonia Fina das Previsões

Quando analisamos um determinado ano astrológico, para o qual estão acenados eventos através da atualização da determinação dos planetas através das técnicas preditivas, geralmente ronda uma questão: quando, de fato, o evento ocorrerá? A datação de eventos não é uma tarefa fácil na Astrologia, mas existem algumas técnicas auxiliares que permitem aos estudantes e astrólogos a maior aproximação possível da data do evento. Jamais devemos esperar por uma precisão de dia e hora. Infelizmente isto raramente ocorre. Acertar o mês e a semana do evento já é algo espetacular.
Uma técnica auxiliar de extrema valia é a direção da profecção. O ascendente profectado sempre é lançado para o mesmo grau que o signo ascendente ocupava no mapa radical. Entretanto, para datar eventos, podemos dirigir este ascendente profectado, em uma razão temporal de aproximadamente um (01) grau a cada doze dias. À medida que este ascendente avança, ele encontra termos planetários distintos, bem como, pode chegar ao aspecto ou conjunção de um determinado planeta, pela sua posição revolucional ou natal. Se Júpiter promete algum evento e é regente do ano, por exemplo, temos maiores chances de realização quando, através das direções da profecção, o ascendente atravessar os termos de Júpiter. Se em sua trajetória o ascendente profectado em direção encontrar a luz do próprio planeta em questão, o testemunho favorável ao evento é ainda maior. Se houver a combinação entre o encontro da luz do planeta representante do evento e a direção pelos termos regidos pelo referido astro, teremos maior convergência ainda em favor da realização do evento prometido.
Outra técnica auxiliar bem difundida se refere à divisão do ano revolucional em sete grandes semanas, de aproximadamente 52 dias cada. Cada planeta rege um destes grandes períodos, começando sempre pelo planeta que rege o ascendente do mapa de Revolução Solar e seguindo pelos demais através da ordem caldaica. Quando o planeta assume o comando sobre a grande semana, traz a sua tônica para o período. Se for o planeta regente do ano através da Profecção ou outro astro que esteja ativado e prometa eventos, a sua grande semana é uma época propícia para a materialização de suas promessas. Esta técnica auxiliar requer a combinação com as direções da profecção para que se mostre mais efetiva, mas é sempre útil em casos de desambiguação, nos quais existe dúvida se o evento prometido ocorrerá em uma ou outra data aferida.
Os mapas de retorno lunar também são um recurso a parte quando se necessita datar os eventos. Nestes casos, deve haver a procura por padrões de repetição que deem ênfase ao planeta que prometa o evento ou que enalteça a configuração natal ou revolucional da qual se originou a previsão, proporcionando a sua atualização e datação com maior nível de precisão.
Enfim, estes são os recursos que utilizo. Existem outros. Os trânsitos não podem ser menosprezados também. Muitas vezes a sintonia fina de um evento é disparada a partir de um trânsito da Lua, principalmente por angulação tensa e em direção ao planeta promitor do evento. Seguimos em busca da perfeição e da maestria nas previsões astrológicas, embora cientes de que a tarefa é deveras complexa. Este ajuste de múltiplos ponteiros requer tempo, prática e muita paciência.



domingo, 23 de setembro de 2018

Profecção e Revolução Solar - Da Inevitável Sinergia à Eleição do Regente do Ano

Em sequência à postagem sobre a Firdaria,  abordarei a Profecção e a Revolução Solar. Estas duas técnicas preditivas formam, juntamente com a Firdaria, a tríade astrológica preditiva medieval. Comecemos então pela Profecção. Esta técnica é uma das mais simples e antigas da ciência astrológica e a sua aplicação deve ser feita em conjunto com a Revolução Solar. Na verdade, as duas técnicas são complementares e indissociáveis e pertencem à mesosfera hierárquica preditiva da Astrologia.
A Profecção, que pode ser depreendida como uma espécie de progressão, é realizada, de praxe, para o signo ascendente e possui a razão temporal de um signo avançado para cada ano de vida do nativo. Em termos práticos, se um determinado nativo possui o ascendente natal no signo de Áries, quando for completado o primeiro ano de vida, o ascendente profectado chega a Touro e assim avança sucessivamente pelos demais signos zodiacais. Outros pontos também podem ser profectados, como é o caso do meio do céu e da Parte da Fortuna. Mas, neste caso específico e devido a sua maior relevância e aplicabilidade, nos concentraremos na Profecção do ascendente natal.
A cada ano em que o ascendente se profecta e avança pelos signos do zodíaco, o Sol retorna ao mesmo grau, minuto e segundo que ocupava quando do nascimento. Quando isto ocorre, um mapa anual é gerado e recebe o nome de Revolução Solar. Esta técnica fotografa os trânsitos existentes no exato momento do regresso do Sol e realoca planetas em signos e casas astrológicas que podem ser iguais, distintos ou coincidir com a posição de outros planetas na natividade.
A Revolução Solar traz muitas informações e a filtragem é o primeiro trabalho do astrólogo ao utilizar esta técnica. É preciso aferir aquilo que realmente é importante para o nativo durante aquele ano astrológico. Sempre devemos ficar atentos à angularidade de planetas na Revolução Solar, pois nesta condição os significadores ganham poder de materialidade em termos de ocorrência de eventos.
É necessário verificar sempre os padrões de repetição que o mapa revolucional evoca no mapa natal. O astrólogo deve analisar se existem planetas que retornam as suas posições celestes ou terrestres natais no mapa revolucional, se estes astros repetem alguma configuração planetária por aspecto ou regência no mapa revolucional, bem como, se por sua localização no retorno solar ocupam o lugar que outro planeta ocupava no mapa natal. A este último fenômeno descrito damos o nome de ingresso.
A combinação da Profecção com a Revolução Solar é imprescindível. A partir da sinergia das duas técnicas astrológicas se chegará a um dos elementos mais importantes do ano astrológico para o nativo: a escolha do planeta regente do ano.
O processo de eleição do planeta regente do ano está longe de ser um tema pacificado na Astrologia e as controvérsias e discordâncias ocorrem frequentemente. Vamos supor que o ascendente profectado seja Libra. Neste caso, o planeta candidato natural a regente do ano é Vênus, pois Libra é o domicílio de Vênus.
Entretanto, outros fatores devem ser levados em consideração. Primeiramente, deve ser analisada a possível presença de planetas que ocupem o signo profectado no mapa natal. Igualmente, deve ser verificada esta mesma circunstância no próprio mapa da Revolução Solar.
Existem correntes de pensamento astrológico que aconselham que seja eleito, como planeta regente do ano, o astro que por ventura ocupe o signo ascendente profectado no mapa natal. Caso não exista nenhum planeta neste signo no mapa natal, verifica-se a presença de planetas neste signo no mapa revolucional. Caso algum planeta ocupe o signo ascendente profectado durante a Revolução Solar, ele poderá ser eleito regente do ano.
Em ambas as situações, no mapa natal e radical, haverá a possibilidade de dois ou mais planetas ocuparem o signo pelo qual a profecção do ascendente chega. Nestes casos, existem elementos de desambiguação para que o astrólogo proceda à eleição. Os planetas que estiverem mais próximos do grau ascendente profectado tem preferência, bem como, aqueles que gozam de dignidade celeste neste local e lancem, seja na natividade ou na Revolução Solar, o seu testemunho sobre o signo cuja profecção do ascendente se estabelece.
A minha opinião leva em consideração, de forma preponderante, o conceito de regência e domínio para que o planeta regente do ano seja eleito. Não concebo como admissível que um planeta que não possui relação alguma de domínio sobre o signo ascendente profectado, em pior hipótese, experimentando estado de contrariedade maior em sua posição celeste, seja pela condição de exílio ou queda, seja escolhido para governar o ano.
Lembro sempre o exemplo daqueles, que assim como eu, possuem Júpiter no signo ascendente. Pelo ciclo orbital de Júpiter, este planeta sempre estará posicionado no signo ascendente profectado ao longo de pelo menos três de seus ciclos revolucionais, aproximadamente. Considerando que existe uma tendência de haver o posicionamento de planetas natais em uma porção inferior à metade dos signos zodiacais, seria extremamente errado pensar que em mais da metade dos anos vivenciados por estes nativos Júpiter assumiria a regência do ano por ocupar o signo da profecção do ascendente, ainda que não goze de dignidade alguma neste lugar. Este exemplo é bastante contundente.
Entendo como precípua a condição de domínio sobre o signo ascendente profectado para que o astro se sagre eleito como regente do ano, sendo esta relação denotada pela regência domiciliar ou por exaltação, prioritariamente. Para efetuar a eleição em possíveis casos nos quais dois planetas postulantes a regente do ano estejam fortificados na natividade ou no retorno solar, deve ser escolhido aquele planeta que agregar o maior número de testemunhos favoráveis a sua eleição, seja pelo grau mais elevado de dignidade celeste, pela proximidade ao grau do signo ascendente profectado, pela manutenção de testemunhos ao signo ascendente profectado, ou por sua posição mais destacada nas cartas analisadas.
Exemplificando, de uma forma mais didática, o planeta regente do ano deve ser eleito com a observância dos seguintes critérios técnicos:

1 - Verifique o planeta que rege o signo ascendente profectado por dignidade celeste de domicílio;
2 - Verifique o planeta que rege o signo ascendente profectado por dignidade celeste de exaltação;
3 - Analise, no mapa natal e no retorno solar, qual dos dois planetas mencionados acima está mais fortificado, na seguinte ordem hierárquica de testemunhos:

a) O planeta ocupa o signo ascendente profectado, gozando de maior dignidade celeste nesta posição, preferencialmente;
b) O planeta aspecta o signo ascendente profectado, possuindo maior dignidade celeste em sua posição, preferencialmente;
c) O planeta faz conjunção ou aspecta o grau do signo ascendente profectado com maior exatidão, possuindo maior dignidade celeste em sua posição, preferencialmente;
d) O planeta ocupa uma casa angular ou mais fortificada do que seu concorrente;
 e) O planeta, por sua posição terrestre, está elevado acima do seu concorrente.

Para todos os itens acima elencados, deve ser dada a prioridade de ocorrência do testemunho no mapa natal e, após, no mapa revolucional. Quando o testemunho se repete em ambas as cartas astrológicas, o significador torna-se extremamente potencializado, fato este que poderá contribuir definitivamente para a sua eleição como planeta regente do ano. Em caso de testemunhos divididos, a preferência de escolha sempre recai sobre o regente domiciliar, quando comparado ao planeta que rege o signo por exaltação.
Os critérios técnicos tem o intuito de selecionar o planeta que está em melhores condições de sustentar o ano ao nativo. Apesar desta intenção, é bastante comum que nenhum dos planetas postulantes à eleição esteja em bom estado cósmico ou ainda haja a condição de aversão, isolada ou combinada, dos planetas que postulam a regência do ano, fato este que pode culminar, se não houver testemunhos favoráveis, em um mau ano para o nativo.
Ainda que eu entenda como fundamental a relação de regência sobre o signo profectado, a posição de um ou mais planetas neste signo no mapa natal ou no mapa revolucional, ainda que não gozem de dignidades neste local, sempre afetará o andamento do ano de alguma forma, conforme a natureza essencial do planeta e sua determinação radical e revolucional no período. Do mesmo modo que é dada a preferência aos planetas que regem o signo profectado por domicílio e exaltação, aqueles que são senhores de dignidades menores combinadas, caso da triplicidade e do termo, por exemplo, não podem ser desprezados se possuírem testemunhos fortes que evoquem a sua eleição em circunstâncias singulares.
A decisão final, observadas todas as particularidades astrológicas pertinentes, caberá sempre ao astrólogo. O regramento é uma ferramenta que deve auxiliar o profissional de Astrologia para proceder à eleição. Ressalto, ainda, que as regras que proponho aqui não têm a pretensão de se sobreporem a outros regramentos astrológicos já estabelecidos por outros astrólogos. A ideia aqui é semear o novo, sintetizar o saber através das minhas reflexões elaboradas durante muito tempo, sem ferir os princípios que embasam e norteiam a ciência astrológica.
Com o intuito de ampliar a didática deste procedimento de eleição, vamos a um exemplo mais prático, através da análise de uma carta natal e um mapa de Revolução Solar pertinente, com a Profecção aplicada e combinada. Segue abaixo os mapas astrológicos para avaliação:



A primeira carta apresentada é o mapa natal e a segunda se trata do mapa de Revolução Solar que tem o seu início no mês de abril de 2017, no aniversário do nativo, que é do sexo masculino. O nativo possui ascendente em Escorpião e, no ano analisado, este ascendente se profecta para o signo de Câncer, na sua trigésima segunda profecção.
Aqui já podemos vislumbrar uma interessante e poderosa sinergia, quando agregamos o estudo da Profecção com a Revolução Solar. O ascendente profectado é Câncer, mesmo signo que aparece no ascendente do mapa do retorno solar. Este testemunho acaba por elevar os temas que correspondem ao signo, casa e seus planetas regentes no mapa natal e no mapa revolucional.
Câncer ocupa a casa IX natal e não há nenhum planeta posicionado neste signo no mapa natal. No mapa de Revolução Solar, Câncer está no ângulo ascendente e não há planetas ocupando este signo zodiacal, igualmente.
O signo de Câncer tem como o seu regente domiciliar a Lua e Júpiter por exaltação. No mapa natal, a Lua está em Capricórnio e aspecta o seu signo através de uma oposição. Em Aquário, Júpiter não enxerga o signo de Câncer no mapa radical. No mapa revolucional, Lua e Júpiter formam uma conjunção no signo de Libra, na casa III, e aspectam o signo profectado através de uma quadratura.
O signo ascendente profectado ainda recebe os testemunhos do Sol, por quadratura, a partir de sua posição em Áries e na casa IX, de Vênus, através de um trígono a partir de sua colocação no signo de Peixes, na casa VIII e de Marte, desde o seu local no signo de Touro, na casa XI, sendo todas estas posições correspondentes ao mapa do retorno solar.
Sendo estes os testemunhos, vamos ao processo de eleição. Os planetas que postulam tal posição são a Lua e Júpiter. Nenhum dos dois astros ocupa o signo de Câncer, seja no mapa natal ou no mapa revolucional. Por aspectar o signo de Câncer no mapa natal e no mapa revolucional, a Lua ganha pontos a mais do que Júpiter neste momento. Júpiter aspecta o grau do signo ascendente profectado com maior exatidão. Leve vantagem para Júpiter aqui. Júpiter ocupa uma casa angular no mapa natal e uma casa cadente no mapa revolucional. A Lua ocupa em ambas as cartas uma casa cadente. Outra vantagem para Júpiter. A Lua está elevada acima de Júpiter no mapa natal e levemente mais elevada na carta revolucional acima de Júpiter. Pontos para a Lua.
Como pode ser aferido, os testemunhos levam ora a um e ora a outro astro. Não há vantagem explícita e clara. No caso apresentado, elejo a Lua como planeta regente do ano. Por se tratar do planeta regente por exaltação e agregar importantes testemunhos no processo eletivo, elejo Júpiter como planeta Co-Regente do ano. Estes dois astros trarão significância e materialidade ao ano, em termos de eventos.
A preferência pela Lua, enquanto astro eleito para governar o ano, foi calcada, observada uma disputa equilibrada pela eleição, na sua condição de regente domiciliar do signo ascendente profectado. Conforme já abordado, o planeta que possui dignidade de domicílio tem preferência sobre aquele que dignifica-se neste local por dignidade de exaltação, em disputas equilibradas.
No ano em análise, o nativo completava seus 32 anos de vida e iniciava o período da Firdaria de Marte, astro este que é o próprio planeta regente do ascendente da natividade. Marte, que no mapa radical está angular e em detrimento no signo de Touro, na casa VII, retorna ao seu signo natal e ocupa novamente uma casa angular, desta vez a casa X.
Conforme já explanado, o ascendente profectado chega à casa IX radical e este mesmo ascendente se repete no principal ângulo do mapa da Revolução Solar. A Lua, planeta regente do ano, dispõe de Marte por exaltação, no mapa natal e no mapa revolucional.
Júpiter, planeta co-regente do ano, está posicionado na casa IV natal. No mapa de retorno solar, Júpiter recebe a conjunção da Lua, sendo que ambos os planetas ocupam a casa III revolucional. Júpiter rege a casa V natal, tema este que atualiza por regência na Revolução Solar. Convém ressaltar que Júpiter rege a Parte da Fortuna no mapa natal, que está posicionada no signo de Peixes e na casa V radical.
Após aferidos os testemunhos, podem ser identificadas algumas importantes particularidades para o período em questão. A dupla ativação do ascendente, pela Profecção e pela Revolução Solar, no signo de Câncer traz elevada importância para a Lua e Júpiter durante o período. O ascendente, profectado e revolucional, em signo extremamente fértil eleva a fertilidade para o nativo. A ativação de dois astros que propiciam a geração de filhos e que versam essencialmente sobre fertilidade e crianças corrobora com a realização deste tema natal. Júpiter, ao co-reger o ano, aliar-se à Lua e atualizar a sua determinação sobre a casa V, ao regê-la no mapa revolucional, conforme o faz no mapa natal, favorece e muito a fertilidade e a geração de crianças.
No mês de maio, do referido ano, o nativo descobriu que seria pai. Este fato veio a concretizar-se no mês de março do ano subsequente, dentro do período de regência anual da Lua, com a co-regência de Júpiter.
Este frutífero período ainda reservou um outro evento muito positivo. Um pouco antes de receber a notícia de sua paternidade, o nativo foi nomeado e empossado em outro cargo público para o qual aguardava acesso, aumentando a sua renda familiar.
Marte, planeta senhor da Firdaria e regente maior do nativo, retornava a sua posição celeste radical, no signo de Touro, ocupando a casa X da Revolução Solar. De fato, o nativo agiu com muita autonomia e tomou decisões que permitiram optar por este novo emprego, ainda que o conduzisse a uma nova situação laboral, cheia de incertezas e perpassando novamente por um período probatório de estágio.
Ao ocupar o signo de exaltação da Lua, Marte significou a atitude firme no sentido de buscar o aumento da prosperidade material. A Lua, posicionada na casa II natal, fala de seu testemunho acerca das finanças. Júpiter, por sua vez, sendo um astro benéfico e senhor da Parte da Fortuna natal, acabou por materializar a melhora das condições financeiras e também a marca da sorte geral para o ano, enquanto astro benéfico maior que é.
Chega ao fim este estudo acerca da Profecção e da Revolução Solar, com a combinação essencial da Firdaria. Nesta postagem foi possível esclarecer os principais pontos que norteiam a interligação destas técnicas preditivas, que formam, conforme exposto no início deste artigo, a tríade astrológica preditiva medieval. A exposição do rito de eleição do planeta regente do ano visa o convite à reflexão deste processo, bem como, a proposição de um regramento mais acessível para estudantes e astrólogos que buscam informações sobre este tema e não obtém sucesso para encontrar artigos que lhes orientem de maneira clara e precisa. Espero ter atingido estes objetivos. Até breve leitores!


segunda-feira, 30 de julho de 2018

Firdaria - Uma Técnica de Elevada Hierarquia Preditiva


A Astrologia Tradicional dispõe de diversas técnicas preditivas para a realização de previsões, desde a esfera mundana até o âmbito pessoal. Existe uma hierarquia pertinente a todo este escopo de técnicas, a qual o astrólogo deve observar e obedecer.
A Firdaria é uma técnica preditiva de alta hierarquia, que remonta à Pérsia. Do mesmo modo que as Direções Primárias, que já receberam a singularidade de uma postagem específica aqui no blog.
Através da Firdaria, o período vital do nativo é dividido em grandes e pequenos períodos, obedecendo à ordem caldaica dos planetas. Conforme o caráter do nascimento, se diurno ou noturno, o primeiro período da Firdaria começa pelo luminar condicional, ou seja, pelo Sol em natividades diurnas e pela Lua em natividades noturnas.
Após o período do luminar dominante do séquito, são sequenciados os períodos de todos os demais planetas e também daqueles governados pelos nodos lunares. A distribuição de períodos mais difundida e aceita é a proposta por Abu Ma'shar, astrólogo do século IX, que coloca os anos governados pelos nodos lunares sempre no final da sequência. 
Existe uma variante, ligada ao astrólogo Guido Bonatti, do século XIII, que apresenta diferenças para a Firdaria noturna. Nesta sequência, o período governado pelos nodos aparece após a Firdaria de Marte. Todavia, esta sequência me parece um erro induzido pelas traduções.
Os grande períodos da Firdaria, de acordo com Abu Ma'shar, são distribuídos do seguinte modo:


Em natividades diurnas:

O Sol governa por 10 anos;
Vênus governa por 8 anos;
Mercúrio governa por 13 anos;
A Lua governa por 9 anos;
Saturno governa por 11 anos;
Júpiter governa por 12 anos;
Marte governa por 7 anos;
O Nodo Norte governa por 3 anos;
O Nodo Sul governa por 2 anos;
Após, reinicia a sequência pelo Sol.


Em natividades noturnas:

A Lua governa por 9 anos;
Saturno governa por 11 anos;
Júpiter governa por 12 anos;
Marte governa por 7 anos;
O Sol governa por 10 anos;
Vênus governa por 8 anos;
Mercúrio governa por 13 anos;
O Nodo Norte governa por 3 anos;
O Nodo Sul governa por 2 anos;
Após, reinicia a sequência pela Lua.


Dentro de cada grande período da Firdaria, com exceção da regência dos nodos, existem os subperídos. O primeiro subperíodo é governado pelo próprio senhor do período maior, ocorrendo a transição para os demais planetas através da ordem caldaica, formando sete subperíodos de duração igual.
Para efetuar o cálculo da Firdaria nos mapas natais, recomendo o sítio firdaria.com/calculator. O visual da página é extremamente didático e intuitivo, fornecendo a visualização completa de todos os períodos e subperíodos da Firdaria ao longo da vida. É importante selecionar a opção “yes” no questionamento “nodes always in the end” antes de proceder ao cálculo. Outra opção é calcular o mapa natal no site astro-seek, em sua opção tradicional.
O astro que rege o período maior da Firdaria é como um rei coroado ou um presidente eleito e traz durante o seu governo a sua agenda de pautas para realização. Os assuntos deste planeta ganham notoriedade durante a sua Firdaria. Quando mais dignificado e fortalecido este significador estiver no mapa natal, melhor é a promessa de bons tempos e eventos. Se estiver fraco e debilitado, pode trazer experiências mais desafiadoras.
O senhor do subperíodo pode ser tomado como a figura de um importante assistente do rei ou um ministro próximo ao presidente. É o regente participante. A ele são confiados importantes assuntos. Cabe ao subregente conduzir a agenda magna.
Se o senhor da Firdaria estiver bem colocado e seu assistente também, muita prosperidade é prometida. Se o regente maior da Firdaria estiver bem, mas seu assistente não, pode ser experimentado um momento transitório de estagnação ou perdas. Se o regente da Firdaria estiver mal, mas o subregente for competente, haverá alívio e melhoria. Se ambos os senhores estiverem fracos e debilitados, o período promete mais desafios e eventos negativos.
A mudança de senhor da Firdaria é pouco frequente, podendo levar mais de uma década. O senhor do subperíodo é alterado com mais frequência e está mais próximo do nativo. Por isso, as alterações na regência participante da Firdaria podem ter uma percepção mais direta e impactante. Este senhor, do subperíodo, é um importante cronocrata a ser avaliado nas Revoluções Solares quando estiver ativo.
Podem ser mais marcantes os períodos em que se reunam, como regente maior e participante na Firdaria, dois planetas que tenham uma relação muito próxima no mapa natal. Podem ser planetas em conjunção, que estejam em aspecto partil ou aplicativo ou que se recebam na carta de nascimento. A associação dos planetas na Firdaria atualiza uma relação já existente na carta natal.
Quando os planetas benéficos se associam na Firdaria, podem sinalizar épocas mais felizes e repletas de conquistas. Falo de Júpiter e Vênus, mas os planetas maléficos essenciais quando bem dispostos no mapa natal e combinados a outros planetas afortunados também podem produzir os melhores dias. A associação de Marte e Saturno na Firdaria costuma ser desafiadora, pois dificilmente ambos estão em condições de não representarem danos no mapa natal.
Aqui, deixo algumas indicações de que a Firdaria ou seus subperíodos podem ser bons:

- Quem governa é um planeta essencialmente benéfico (Júpiter, Vênus, luminares);
- Quem governa é um planeta essencialmente dignificado (domiciliado, exaltado ou ocupando algumas de suas menores);
- O planeta senhor da Firdaria ou de sua regência participativa está em casas benéficas no mapa natal (I, V, X e XI);
- O planeta ativo pela Firdaria está bem aspectado e livre de aflições de Marte e Saturno;
- Os cronocratas ativados pela Firdaria concordam com o séquito da carta natal.


Estas considerações dizem respeito ao mapa natal e podem ser aplicadas também ao mapa de Revolução Solar. Quanto maior o número de indicações se somarem, melhor será o período. Em breve trarei exemplos de aplicação desta técnica, combinada com a Revolução Solar e a Profecção. Até breve, leitores!


sexta-feira, 11 de maio de 2018

Astrology Domine

Este novo texto não tem o objetivo de ser longo. Faz parte de seu caráter e intenções. Há neste momento o convite e a reflexão para que astrólogos e estudantes de Astrologia tirem os seus olhos das telas do computador e voltem-nos para os céus.
A Astrologia e a Astronomia sempre formaram um binômio inquebrantável ao longo da Historia. A ciência astrológica nasceu do empirismo, da observação do espelhamento celeste para aferir a esfera mundana de eventos.
Neste mês de maio vejo como muito propícia a observação dos astros errantes, os planetas, que rápida ou lentamente caminham através das estrelas. Os cinco planetas visíveis, que são Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, estão em condições de ser observados por aqueles que são apaixonados pela Astrologia e pelos seus encantos.
Logo após o pôr do Sol, Vênus pode ser observada no quadrante oeste, aparecendo como “estrela vespertina” ao anoitecer. Depois dos luminares, Vênus é o astro mais brilhante do céu. Seu brilho é amarelo, forte, descrito por alguns como esverdeado. Devido a sua relação orbital com o Sol e com a Terra, Vênus sempre estará a uma distância de no máximo 47° do luminar diurno, para observadores terrestres em suas máximas elongações.
Júpiter é, depois de Vênus, o planeta que atinge o maior brilho no céu noturno. As cores aparentes de Vênus e Júpiter são semelhantes. O Sol acabou de formar uma oposição com Júpiter, a partir do eixo de signos Touro-Escorpião. Júpiter atinge o seu maior brilho anual e desponta no quadrante leste após o ocaso, brilhando toda a noite, na constelação de Libra.
Marte também aparece no céu noturno com destaque a partir de agora. Este ano de 2018 marcará a sua maior magnitude aparente desde 2003. Marte é um planeta cuja cor é vermelho-cobreado, e atualmente está posicionado, seguindo a eclíptica, após a constelação de Sagitário. Quando ficar retrógrado, e o Sol lhe fizer oposição, fato este que ocorre no final de julho, seu brilho terá considerável destaque no céu noturno, superando o brilho de Júpiter no céu neste período.
Atualmente é possível observar Saturno também, de brilho estático, pardo-acinzentado, próximo à constelação de Sagitário. O mais distante dos planetas é aquele que possui o brilho mais indiferenciado diante de outras estrelas. Saturno, mestre da enganação, ludibria os olhos menos experientes e esconde a sabedoria em seus anéis.
Mercúrio, nosso amigo errante de mais difícil visualização, devido a sua órbita adjacente ao Sol, nunca se afastando deste mais do que 28°, é uma "estrela matutina" neste período e encontra-se bem distante do Sol. Pode ser observado algumas horas antes do amanhecer, no quadrante leste. Seu brilho é cobreado e cintila um pouco, devido às perturbações atmosféricas inerentes a sua posição próxima ao horizonte.
Não vou me alongar mais e deixo que os observadores tomem o céu com seus olhos. Vamos dominar a Astrologia, deixando as telas de computadores de lado e permitindo que as luzes dos planetas toquem nossas retinas. Você está pronto?


quinta-feira, 3 de maio de 2018

O Almuten Figuris - Cálculo e Delineamento



Hoje, para abrir as postagens do ano de 2018 - e ele avança com a velocidade da Lua - vou dissertar sobre o Almuten Figuris. Recentemente realizei uma postagem sobre os planetas dominantes no contexto das natividades, na qual este tema estava englobado. Todavia, considerando a extrema complexidade e singularidade do Almuten Figuris nas genituras, falar sobre este planeta torna-se imperioso.
O Almuten Figuris é o ponto mais profundo, psicológico e espiritual da Astrologia Tradicional. O planeta que se sagra vencedor desta eleição na natividade representa o mais íntimo propósito de vida do nativo, o sentido norteador de sua existência.
O Almuten Figuris representa, ainda, uma energia onipresente que atua nos bastidores de cada processo de luta ou fuga do nativo. Imputa-se a este astro o sentido de guardião da natividade. Porém, a manifestação deste significador poderá se manifestar através de todo tipo de caráter, bom ou mau, conforme a natureza e estado cósmico do planeta que se sagra eleito como Almuten da natividade.
O processo de identificação e eleição do Almuten Figuris é complexo. No sítio eletrônico Astrologia Medieval, do astrólogo português Paulo Alexandre Silva, podem ser encontradas as diretrizes norteadoras para encontrar o Almuten Figuris nos mapas astrológicos. Este método se baseia nas orientações do astrólogo medieval Abraham Ibn Ezra, que viveu nos séculos XI e XII. Na obra "Christian Astrology" de Willian Lilly também encontramos menção ao Almuten Figuris. Não confundir com o "Senhor da Natividade" proposto por este autor.
Todavia, a palavra final sobre a definição do Almuten Figuris sempre ficará a cargo do astrólogo. A quantificação e a pontuação dos planetas, conforme critérios técnicos estabelecidos, apenas auxilia o trabalho do profissional, não limitando-o. Em alguns casos, haverá claro destaque de um planeta, em outros, dois ou mais planetas podem ser postulantes à posição de Almuten Figuris.
Observados os critérios pertinentes a esta eleição, deve ser dada a preferência ao planeta que for regente de uma quantidade maior de planetas ou pontos importantes da carta natal. Não raramente, o regente do ascendente é este planeta. Os planetas que estão envolvidos em muitos aspectos também figuram em posição de destaque e influência na carta natal e podem receber a preferência na eleição do Almuten Figuris.
Vamos à técnica. Para efetuar o processo de eleição do Almuten Figuris, devem ser analisados os cinco pontos hylegíacos da natividade:


1) O grau do signo ascendente;
2) O grau do signo solar;
3) O grau do signo lunar;
4) O grau do signo da Parte da Fortuna;
5) O grau do signo da Lunação Anterior ao Nascimento.


O componente celeste:


O regente domiciliar de cada um dos locais acima elencados recebe cinco (05) pontos;
O regente, por exaltação, destes locais recebe quatro (04) pontos;
Os senhores da triplicidade, todos os três, dos cinco locais mencionados, recebem três (03) pontos;
Os senhores dos termos de todos os locais analisados recebem dois (02) pontos;
Os senhores das faces planetárias correspondentes a estes locais recebem um (01) ponto.



O componente terrestre:

De acordo com a sua posição nas casas astrológicas, os planetas receberão a seguinte pontuação:

Casa I - 12 pontos;
Casa X - 11 pontos;
Casa VII - 10 pontos;
Casa IV - 09 pontos;
Casa XI - 08 pontos;
Casa V - 07 pontos;
Casa II - 06 pontos;
Casa VIII - 05 pontos;
Casa IX - 04 pontos;
Casa III - 03 pontos;
Casa XII - 02 pontos;
Casa VI - 01 ponto.



O componente diário e horário: 

Ao planeta que for senhor do dia no qual a natividade se deu, é atribuído sete (07) pontos;
Ao planeta que governar a hora planetária na qual se deu o nascimento é atribuído seis (06) pontos;
Eu faço a recomendação do cálculo manual, para evitar erros que são bastante comuns em muitos softwares e sites de Astrologia. Ainda assim, a utilização de um software de Astrologia, como o gratuito e confiável Morinus, pode auxiliar o astrólogo ou o estudante a proceder à eleição. Vamos visualizar agora a carta natal que vai exemplificar o tema do artigo e o diagrama de pontuação dos planetas na eleição do Almuten Figuris:






Com o mapa e a tabela de avaliações gerada pelo Morinus em tela, vamos dissecar ponto a ponto cada passo do cálculo, até chegar à eleição do Almuten Figuris. Os cinco pontos vitais celestes com as pertinentes pontuações são os seguintes:


1) O ascendente: 00º02'44" do signo de Capricórnio - domicílio de Saturno (05 pontos), exaltação de Marte (04 pontos), triplicidade da Lua, Vênus e Marte (03 pontos), termos de Mercúrio (02 pontos) e face de Júpiter (01 ponto);
2) O Sol: 00º43'25" do signo de Peixes - domicílio de Júpiter (05 pontos), exaltação de Vênus (04 pontos), triplicidade de Marte, Vênus e Lua (03 pontos), termos de Vênus (02 pontos) e face de Saturno (01 ponto);
3) A Lua: 15º24'36" do signo de Libra - domicílio de Vênus (05 pontos), exaltação de Saturno (04 pontos), triplicidade de Mercúrio, Saturno e Júpiter (03 pontos), termos de Júpiter (02 pontos) e face de Saturno (01 ponto);
4) A Parte da Fortuna: 15º21'32" do signo de Touro - domicílio de Vênus (05 pontos), exaltação da Lua (04 pontos), triplicidade da Lua, Vênus e Marte (03 pontos), termos de Júpiter (02 pontos) e face da Lua (01 ponto);
5) A Lunação Anterior ao Nascimento: 27º32'16" do signo de Leão - domicílio do Sol (05 pontos), não há exaltação de nenhum planeta no signo de Leão, triplicidade de Júpiter, Sol e Saturno (03 pontos), termos de Marte (02 pontos) e face de Marte (01 ponto).


De acordo com a sua potência terrestre, conquistada através de suas posições nas casas astrológicas do mapa natal, os planetas pontuam da seguinte forma:


Júpiter - casa I - 12 pontos;
Lua - casa XI - 08 pontos;
Marte - casa XI - 08 pontos;
Saturno - casa XI - 08 pontos;
Vênus - casa II - 06 pontos;
Mercúrio - casa III - 03 pontos;
Sol - casa III - 03 pontos.


Aqui, uma importante observação. O software Morinus indicou que a Lua estava posicionada na casa X e lhe atribuiu onze pontos erroneamente. A Lua, contudo, está tecnicamente posicionada na casa XI e deve receber oito pontos por sua força terrestre. Este simples caso não deixa dúvidas quanto à indispensável necessidade da perícia do astrólogo diante dos dados apresentados pelos sistemas astrológicos eletrônicos.
Na sequência, se atribui sete pontos para o planeta regente do dia, que é o Sol e seis pontos para o planeta regente da hora planetária correspondente ao nascimento, que é Saturno. Após a conclusão do processo de pontuação com base nas posições celestes, terrestres e específicas para o dia e hora de nascimento, temos o seguinte cenário:


Saturno - 31 pontos;
Vênus - 31 pontos;
Júpiter - 28 pontos;
Marte - 24 pontos;
Lua - 22 pontos;
Sol - 18 pontos;
Mercúrio - 08 pontos.


Como pode ser vislumbrado, há um empate de pontos obtidos entre Vênus e Saturno na eleição do Almuten Figuris. Resta agora proceder ao desempate, que irá revelar qual dos dois astros se sagrará eleito. Os passos sugeridos são os seguintes:


1) Qual dos dois planetas possui dignidades celestes maiores nos locais hylegíacos? Neste primeiro critério Vênus leva vantagem, pois governa o local da Lua, que é o luminar condicional da carta, pela dignidade de domicílio. Além disso, Vênus dispõe do Sol em Peixes por exaltação e da Parte da Fortuna, colocada em Touro, por domicílio. Saturno se exalta no local da Lua e governa o ascendente da carta, pontuando pela dignidade celeste maior de domicílio;

2) Qual dos dois planetas governa mais planetas e pontos na natividade? Agora temos vantagem para Saturno. É o astro regente do ascendente, dispositor de Mercúrio, Vênus e Júpiter por domicílio e da Lua por exaltação;

3) Qual dos dois planetas se envolve em mais aspectos na carta natal? Vênus está no segundo grau de Aquário. Considerando a luz de sua orbe, ainda não forma aspecto aplicativo com nenhum planeta. Por signos inteiros não pode ser considerada um planeta feral. Marte se separa de uma conjunção com Saturno. Mercúrio se separa de uma quadratura com Saturno e Júpiter se aplica a seu dispositor através de um sextil. Por este terceiro critério, vantagem saturnina;

4) Qual dos dois planetas se sobrepõe em hierarquia na genitura? Saturno é um planeta mais lento e dispõe de Vênus, sua concorrente. Além disso, Saturno aparece colocado em uma casa mais forte e elevado acima de Vênus. Mais um ponto para Saturno;



Após a aplicação dos critérios técnicos sugeridos para o desempate da eleição, Saturno é escolhido o Almuten Figuris da natividade. A sua eleição, contudo, não elimina o elevado poder de representação e influência simbolizados por Vênus. Sendo assim, este planeta pode ser considerado como uma espécie de Co-Almuten da natividade, a qual será marcada fortemente pelo binômio energético Saturno-Vênus.
Saturno, como Almuten Figuris da genitura, inclina os nativos à profundidade, à reflexão, à investigação, à ciência e ao oculto. Como planeta social, o mais distante e frio de todos, Saturno inclina os nativos sob sua representação espiritual a um certo grau de distanciamento e separação do todo, na esfera social. Vênus, na posição de Co-Almuten, acrescenta o gosto pelos prazeres e pelo amor, enfim, pela dimensão agradável da vida.
            Chega ao fim esta longa eleição. Como pôde ser verificado, não se trata de um processo simples e mecanicista. A identificação do Almuten Figuris, que se materializa nas natividades como um significador espiritual e de propósito vital, deve ser repleta da mais minuciosa técnica astrológica. Até breve, leitores!