domingo, 22 de dezembro de 2019

O Ingresso Solar em Capricórnio em 2019

Hoje, na madrugada do dia 22 de dezembro, às 01h19min, ocorreu o ingresso do Sol no signo de Capricórnio, marcando o quarto e último ingresso solar deste ano astrológico. Em 2020 também serão necessárias quatro análises de ingresso, haja vista que o ascendente da carta do próximo ingresso solar em Áries será da modalidade cardinal. A carta do ingresso solar em Capricórnio levantada para Brasília-DF apresenta um ascendente no 22º do signo de Libra, sendo Vênus o planeta regente do ascendente e dos seus termos.
Saturno, que possui a dignidade maior de exaltação em Libra, forma uma quadratura quase perfeita com o ângulo ascendente do tema, possuindo, desta forma, grande poder para representar a natureza do período que se inicia. Saturno está em Capricórnio, em seu próprio domicílio, e é o planeta mais angular e forte desta carta de ingresso. Saturno aparece na casa IV, em conjunção ao fundo do céu. Vênus, astro governante do ascendente, está posicionada em Aquário, principal morada de Saturno, também colocada na casa IV.

                                                              Carta do Ingresso Solar em Capricórnio

O eixo nodal se dispõe, pelo sistema de casas quadrantes, nas casas III e IX. Todavia, os nodos lunares estão em signos angulares na carta de ingresso, no quarto e no décimo, respectivamente. Ressalto o trânsito do nodo sul pelo local onde estava Saturno no mapa da posse do Presidente Jair Bolsonaro. Neste outro tema, Saturno era o planeta regente da casa X e representava diretamente a autoridade que chagava ao poder.

                                        Carta da Posse Presidencial de Jair Bolsonaro

A passagem da cauda do dragão por este mesmo local, espelhado no céu do tema de ingresso, pode representar alguma espécie de enfraquecimento da figura do Presidente. Este processo pode ter um viés literal, físico, ligado a sua saúde. Poderá, do mesmo modo, significar uma retração de sua representação política, de sua popularidade, capacidade de liderança e articulação dentro do governo. A disposição da Lua em queda no signo de Escorpião e regendo a casa X da carta de ingresso ratifica estas indicações.
Outro planeta desta carta de ingresso que traz uma importante conexão com Bolsonaro é Marte. Posicionado no signo de Escorpião, em seu próprio domicílio, Marte do tema ingressa sobre a posição de Saturno da carta natal do Presidente. No mapa natal de Bolsonaro, Saturno está posicionado na casa IV, em Escorpião e rege as casas VII e VIII. Marte está disposto na casa X, em Touro, e possui notas a acrescentar sobre a reputação de Bolsonaro. Marte rege as casas IV e IX em seu mapa natal.

                                                       Mapa Natal de Jair Bolsonaro

No mapa de ingresso solar, Marte rege e ocupa a casa II, possuindo poder de regência sobre a casa VII. Nestas condições, Marte acena para problemas nas relações exteriores, comerciais e diplomáticas, acarretando em más consequências para a Economia. No mapa natal de Bolsonaro, Saturno rege a casa VII, que fala de parcerias, acordos e inimigos declarados. O ingresso de Marte sobre Saturno pode representar o infortúnio momentâneo para estes temas. A carta de ingresso sinaliza as consequentes implicações econômicas para o país.
A colocação de Saturno em forte angularidade na casa IV ameaça com a possibilidade de desastres naturais. Em signo de terra, assinala que tais eventos poderão se suceder a partir de estruturas sólidas, naturais ou fruto da engenharia humana. Na casa IV e em signo da triplicidade da terra, afetará diretamente a agricultura e as demais atividades no campo. Pode representar seca, mau tempo, baixa produtividade agrícola e maiores taxas de mortandade nas plantações e rebanhos.
Estas são as principais colocações sobre o período que se inicia. Em breve vou falar do eclipse do próximo dia 26 de dezembro, que afetará, em especial, a Ásia. A minha ideia é falar sobre este evento vindouro, dissertar um pouco sobre os eclipses, de um modo geral, expondo os últimos eventos e suas implicações. Talvez eu utilize o canal para abordar este tema. Até breve, leitores.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

O Trânsito de Júpiter em Capricórnio

Hoje pela manhã ocorre o ingresso de Júpiter no signo de Capricórnio. A mudança no estado celeste do grande benéfico é extrema, uma vez que Júpiter sai do seu principal domicílio, que é Sagitário, e passa a ocupar o local de sua queda, em Capricórnio. Nem todas as debilidades celestes maiores, de exílio ou queda, são extremamente ofensivas ao significador. No caso da queda jupiteriana, contudo, isto não pode ser afirmado. Júpiter, que é um planeta masculino, do séquito solar e cujas propriedades essenciais são quentes e úmidas, se torna muito ofendido e contrariado em um signo frio e seco, cujos dispositores são os dois planetas maléficos, Saturno e Marte.
Júpiter é um significador essencial de boa fortuna, prosperidade, riqueza, otimismo, alegria, fertilidade, fé, espiritualidade e conhecimento. No local de sua queda, muitos dos seus predicados naturais são desvalorizados e relegados a um plano de desapreço. Capricórnio é um território saturnino, frio e seco, um deserto que não abre espaço aos alegres e expansivos valores jupiterianos. Talvez apenas o desejo pela riqueza e por prosperidade material não sejam abatidos, considerando a profunda natureza material de Saturno e do signo de Capricórnio. Ainda assim, estes valores ganham uma conotação mais pessimista e avarenta, ainda que possa representar a produção de bons resultados respeitantes a estes temas.
Marte também é um dos senhores de Capricórnio, pois se exalta neste signo meridional. A violência representada pelo pequeno maléfico e sua fortaleza contrariam os ideais de misericórdia, fé e conhecimento simbolizados por Júpiter. Se houver uma prática espiritual, provavelmente será transladada para um sentido combativo e produtor de conflitos. Há uma forte tendência para o descrédito e a descrença.



         Em termos mundanos, a queda de Júpiter pode indicar um período de maior escassez de recursos, crises econômicas, inflação, endividamento estatal, destituição de direitos sociais, políticas de austeridade fiscal, quedas e derrotas de governos progressistas e de tintura ideológica à esquerda e o fortalecimento de regimes governamentais conservadores e à direita em seu espectro de práticas político-econômicas. Convém lembrar que a grande crise econômica que atingiu os Estados Unidos em 2008 e se seguiu em efeito dominó pelo mundo nos anos subsequentes ocorreu com Júpiter colocado em Capricórnio no céu.
Em 1929, na maior crise enfrentada pelo sistema capitalista até hoje, Júpiter acabara de ingressar em Gêmeos, um dos seus locais de exílio. Em comum, os anos de 1929 e de 2020 tem Júpiter em mau estado celeste e a colocação iminente ou plena de Saturno no signo de Capricórnio. Por este viés, e apenas por ele, me parece que a configuração que se apresenta para 2020 seja um pouco mais rigorosa, pois Júpiter está mais aflito e debilitado no signo de Capricórnio e ao lado de Saturno, do que em Gêmeos.
Outra consequência direta do ingresso de Júpiter em Capricórnio pode residir no aumento dos episódios de violência. O grande benéfico é um significador superlativo e a sua posição, com debilidade celeste maior agregada e deturpação de seus valores essenciais no signo da exaltação de Marte, pode contribuir favoravelmente para o militarismo e a ocorrência de guerras. Atualmente, Marte é o único planeta superior no hemisfério oriental e a sua disposição no signo de Escorpião, seu próprio domicílio e alegria, fomenta estratégias e manobras militares bem sucedidas. Quando estiver colocado em Capricórnio, haverá um sextil entre Marte e Júpiter, conectando os dois planetas e os colocando em circunstância cooperativa.
Neste momento, o mal se torna mais forte do que o bem. Marte e Saturno estão em seus próprios domicílios e Vênus e Júpiter, colocados em Capricórnio, estão à disposição dos dois planetas maléficos. Aqui, precisa ser frisado que os planetas maléficos não representam necessariamente eventos ruins. Desagradáveis, certamente. O mesmo entendimento cabe aos planetas benéficos, nem sempre bons, mas sempre agradáveis. Com este céu é necessário ficar atento, além de tudo o que foi dito, para as decisões governamentais em todas as esferas. O último mês do ano no Brasil não raramente marca a aprovação de projetos e leis, no apagar das luzes, que geralmente estão carregados de malícia e prejuízo à população. Convém ficar atento ao que se passa em Brasília, nos estados e municípios. A malícia das proposições tende a estar ainda maior este ano, com chances de causar danos mais profundos à população, em geral. Muita atenção para a criação de novas taxas, impostos, aumento desnecessário de despesas governamentais e cortes de direitos sociais ou que atinjam a carreira de determinadas categorias.



Mas, nem tudo é preocupação. O ingresso de Júpiter em Capricórnio pode ser positivo em termos pessoais para muitas natividades. Para aqueles que nasceram com o grande benéfico neste signo ocorrerá o retorno de Júpiter e algum benefício poderá ser usufruído agora, ao contrário do que aconteceu durante o trânsito de Júpiter em Sagitário, cuja posição era inconjunta àquela do mapa natal. De um modo geral, os nativos que possuem planetas e pontos importantes de suas natividades no signo de Capricórnio podem gozar de algum benefício e alívio ao longo deste trânsito. Os signos cardinais vêm sendo castigados há quase dois anos pelo trânsito de Saturno em Capricórnio. Aqueles que possuem tais posicionamentos em suas natividades nos signos de Touro e Virgem receberão o trígono de Júpiter. Tais colocações em Escorpião e Peixes receberão o seu sextil. É benéfico, respeitado o estado celeste de Júpiter.
Durante a elaboração deste artigo, ouvi uma música e assisti ao seu clipe, que vai totalmente ao encontro de todas as ideias que expus aqui sobre o ingresso de Júpiter em Capricórnio. Ganância, materialismo, repressão, opressão social, guerra, falência, incredulidade e perda da fé. Nietzsche disse que Deus estava morto. Ozzy Osbourne não afirmou, mas perguntou, na cancão “God Is Dead?”, composta por Geezer Butler, do álbum “13”, da banda “Black Sabbath”. É com esta canção e vídeo que vos deixo para uma reflexão final. Diante dos cenários que nos surpreendem a cada dia, o maior desafio reside em manter a fé na humanidade e na sua capacidade de bem tratar os seus pares e resolver as celeumas de ordem global que, cada vez com maior ênfase, sitiam a todos nós.