sexta-feira, 21 de junho de 2019

O Ingresso Solar em Câncer e o Eclipse Total do Sol em Julho de 2019

Hoje, dia 21 de junho, às 12h54min, ocorre o ingresso do Sol no signo de Câncer, marcando o Solstício de Inverno no Hemisfério Sul e o Solstício de Verão no Hemisfério Norte. É o momento de maior desigualdade de iluminação solar nos dois hemisférios terrestres, análogo ao ingresso do Sol no signo de Capricórnio. No sul do Brasil, dias frios de fato serão mais recorrentes, apesar das condições atmosféricas globais acenarem para um inverno mais brando por aqui, bem diferente do grande inverno de 2018 que experimentamos. Mas, foquemos na Astrologia agora.
A carta de ingresso solar levantada para Brasília-DF apresenta um ascendente no 13° de Libra, nos termos de Mercúrio. Tal posicionamento repete o mesmo ascendente da carta de ingresso solar em Áries, no último dia 20 de março.
Vênus, planeta senhor do ascendente, está colocado na casa IX da carta de ingresso solar, no signo de Gêmeos e nos seus próprios termos. Vênus se aplica por oposição a Júpiter, que está domiciliado e retrógrado no signo de Sagitário. Vênus, ao lançar a oposição a Júpiter, ocupa um dos signos de exílio do grande benéfico.
Júpiter ocupa e governa a casa III da carta mundana. Problemas, principalmente envolvendo reivindicações de melhoria nos sistemas de transporte e comunicação poderão afetar o país ao longo dos próximos três meses. Júpiter está retrógrado e em sua própria morada. Paralisações e greves não estão descartadas. Devido ao fato de reger a casa VI do mapa de ingresso solar, está acenada a possibilidade de expansão considerável de epidemias.

Carta do Ingresso Solar em Câncer - Brasília-DF, 21/06/2019, às 12h54min.

A oposição que Vênus formará com Júpiter testemunha favoravelmente a problemas que o país irá enfrentar junto ao seu sistema judiciário e educacional. Estes dois acenos já encontram materializações de eventos pregressamente a esta carta de ingresso. Logo, tais celeumas podem ganhar uma conotação mais enfática. Juízes, professores e pensadores podem entrar em choque com os rumos do país nos três meses vindouros. Júpiter assumirá o seu movimento direto a partir do dia 12 de agosto. Progressos e resoluções envolvendo as suas pautas podem ser esperados a partir desta data.
A posição de Vênus na casa IX, nos seus próprios termos e em trígono com a Lua, a partir de signos humanos e considerando que a Lua é o planeta regente da casa X, mostra algum grau de destaque de figuras femininas durante o período. Na casa V da carta de ingresso, a Lua pode indicar destaques femininos nos campos desportivos e artísticos. Na casa IX, Vênus mostra elevação e voz feminina no campo do judiciário. Raquel Dodge será reconduzida ao cargo de Procuradora Geral da República? Outro nome feminino poderá aparecer em sua substituição ou ainda receber algum grau de destaque na Suprema Corte? Aguardemos. 
Mais uma vez, Saturno aparece posicionado na casa IV da carta de ingresso solar. Em conjunção ao nodo sul e como o planeta mais próximo de um ângulo, no caso, o Imum Coeli, Saturno é o planeta mais forte do tema mundano. A oposição Marte-Saturno já ocorrera dias antes e Marte aparece na casa X da carta de ingresso solar, na companhia do nodo norte e de Mercúrio, no signo de sua queda, em Câncer.
A posição do senhor dos termos do ascendente da carta em conjunção ao maléfico e debilitado Marte, na casa mais elevada do mapa, não é favorável aos rumos nacionais e ao governo. Mercúrio e Marte conjuntos na casa que versa sobre o poder alerta para mentiras, enganos, difamações e calúnias de toda a sorte no âmbito governamental. A conexão com o nodo norte maximiza este potencial negativo assinalado.
No próximo dia 02 de julho ocorrerá o eclipse total do Sol, no 11º de Câncer. Esta ocultação total da luz do luminar diurno deve ser tomada como extremamente importante para o caso em especial do Brasil, pois ocorre em conjunção estreita ao meio do céu do mapa de ingresso solar em Câncer e em oposição praticamente exata à conjunção Sol-Saturno do mapa da posse presidencial de Jair Bolsonaro. Considerando que a Economia não foi alavancada e a popularidade do Presidente caiu bruscamente, afirmo que as fortes turbulências acenadas pelo eclipse são perigosas à manutenção do seu governo. Se combinarmos estas notas ao desafortunamento da casa X na carta de ingresso solar, imposto por Marte, Mercúrio e a cabeça do dragão, temos a indicação de um cenário sujeito a sérios comprometimentos.

Carta do Eclipse Total do Sol - Brasília-DF, 02/07/2019, às 16h16min.

O eclipse corresponde à casa III do mapa da posse presidencial. Esta casa se projeta para o meio do céu da carta de ingresso solar. Me parece que o Calcanhar de Aquiles do governo e o mote dos perigos que se avizinham residem nas comunicações e nas mensagens, naquilo que é dito sobre o governo ou que tangencia o poder e o atinge diretamente. A malícia está materializada na figura de Marte e Mercúrio, principalmente, unidos à potencialização do nodo norte.
Marte rege a casa II da carta de ingresso solar. A Economia também será um ponto-chave e problemático ao governo. É curioso ressaltar que no mapa da posse de Bolsonaro quem regia a casa II era Mercúrio. Aqui, os dois senhores da segunda casa das duas cartas citadas unem as suas luzes e a lançam sobre a casa X, afetando-a negativamente.

Mapa da Posse de Jair Bolsonaro - Brasília-DF, 01/01/2019, às 15h11min.

Quando realizei a interpretação do mapa da posse de Jair Bolsonaro, frisei sobre a necessidade de crescimento econômico e da manutenção de sua popularidade enquanto líder supremo do país. Ocorrendo o duplo comprometimento deste binômio, sem movimentos que impliquem em sua recuperação, há perigo real sobre aquele que representa em máxima instância o projeto político que foi eleito em 2018 nas eleições presidenciais no Brasil.
Convém lembrar, ainda, que Mercúrio e Marte, quando conjugados, raramente atestam para eventos favoráveis. Além da malícia verbal ou escrita, Mercúrio e Marte estão associados à violência, ainda que empregada de forma covarde e dissimulada. Considerando o testemunho material destes dois significadores sobre a décima casa da carta de ingresso solar em conjunto ao eclipse total do Sol em aspecto de oposição à conjunção de Sol e Saturno do último mapa de posse presidencial, o risco de ataques desta natureza não podem ser afastados.
Novamente colocado na casa IV do tema de ingresso, Saturno continua afligindo o comércio com o exterior pela sua quadratura enviada à casa VII, em Áries, local de sua queda. Marte, senhor da sétima casa, não favorece as boas relações econômicas e comerciais devido ao seu mau estado cósmico e a sua própria má relação com Saturno.
Na quarta casa e angular, Saturno ameaça com resultados aquém dos esperados na produção agrícola. Os desastres naturais também são assinalados pelo grande maléfico nesta colocação. Todavia, o pior testemunho acenado por Saturno reside na ameaça de estagnação da Economia. O eclipse solar do dia 02 de julho afeta o eixo de casas astrológicas II-VIII na carta levantada para Brasília-DF. A colocação dos luminares na oitava casa do mapa do eclipse ameaça, juntamente com Saturno, com recessão e endividamento estatal.
A posição de Saturno na casa IV também atesta favoravelmente para um clima predominantemente pessimista da população. A Lua, significadora essencial das massas, está posicionada no signo de Aquário, à disposição de Saturno, na casa V da carta de ingresso solar, ratificando uma posição mais ceticista diante do cenário político e econômico nacional. A casa IV também mostra a oposição ao atual governo e, pelas configurações dispostas, esta aparece mais fortalecida do que os atuais detentores do poder em Brasília. A Lua, colocada em um signo de Saturno e regendo a casa X da carta de ingresso solar pode mostrar o governo na mão de partidos e lideranças de tintura ideológica diversa. Pode ser a exposição da necessidade de aprovar as reformas denominadas como prioritárias pelo Planalto e suas consequentes concessões. Pode.
Júpiter aparece angular, domiciliado e em conjunção à Parte da Fortuna no ascendente da carta do eclipse solar. No último eclipse total da Lua, ocorrido em 21 de janeiro, os planetas benéficos também apareceram angulares. Todavia, não houve muita protetividade diante dos desastres naturais e acidentais que vieram a ocorrer após a ocultação da luz da Lua, assinalados principalmente por um mau contato aplicativo que se formara entre Marte e Saturno. No mapa do eclipse solar do dia 02 de julho não há maus aspectos entre Marte e Saturno. Todavia, alerto sobre o grau limitado de proteção e fortuna acenados pelos significadores benéficos em uma carta que revela um evento que já é naturalmente difícil, que é a ocultação da luz de um dos luminares.
Em termos pessoais, pertinentes à Astrologia Natal, devem ficar mais atentos aqueles que possuem pontos e planetas importantes de suas natividades próximos ao grau do eclipse e em sua oposição. Os signos de Câncer e Capricórnio são afetados pelo evento. O eclipse, em seu significado mais amplo, é um evento essencialmente mundano que poderá afetar menos ou mais alguns entes de uma determinada coletividade. Nas localidades em que o eclipse ocorre acima do horizonte, principalmente quando se dá próximo aos ângulos da carta, a sua manifestação tende a ser mais enfática, no âmbito coletivo e individual.
Estas são as minhas ponderações sobre o cenário nacional para os próximos meses, baseados na segunda carta de ingresso solar do ano, na carta do eclipse total do Sol de julho e no mapa da última posse presidencial. Até breve, leitores!


terça-feira, 11 de junho de 2019

A Natividade de Layne Staley

Hoje vou falar sobre um dos maiores ícones do rock mundial. A natividade que será analisada nesta postagem é a de Layne Staley, vocalista e um dos líderes da banda grunge e de rock alternativo Alice In Chains. Obras como os álbuns Facelift (1990) e Dirt (1992) explicam muito bem a reputação que este grupo recebeu ao longo de sua carreira, sendo apontado por muitos críticos como a maior banda do gênero de sua época.
Alice In Chains chama a atenção por suas letras de extrema profundidade e densidade emocional. A carga melancólica está sempre presente em suas músicas, que abordam temas que permeiam os sentimentos humanos mais profundos, perpassando pelo amor e o ódio, pela vida e a morte, enfim, pela mais densa reflexão sobre a existência humana.
Segundo dados do site Astrotheme, Layne Staley nasceu no dia 22 de agosto de 1967, às 07h38min, na cidade de Kirkland, estado de Washington, nos Estados Unidos. Eu me comuniquei por e-mail com a divisão responsável pelos dados natais de famosos deste site. Brevemente, a equipe francesa do Astrotheme retornou o meu contato e afirmou que não havia documentos públicos comprobatórios acerca do horário de nascimento de Staley, sendo que os dados natais da carta publicada advém de uma autodeclaração do músico ou de pessoas próximas a ele. Não encontrei tal manifestação na internet e passei a analisar e investigar a carta natal publicada.
A natividade apresenta um ascendente no signo de Virgem, com Vênus posicionada em conjunção com este ângulo natal. Parece bem peculiar a presença deste significador que representa os artistas tão fortificado na natividade de Staley.
O temperamento predominante é o melancólico. O ascendente em signo de terra combinado com a própria natureza fria e seca de Mercúrio, senhor do ascendente da carta, somados à fase melancólica lunar enaltecem este tipo temperamental. A Lua posicionada no signo de Peixes, combinada à Vênus, igualmente fria e úmida e conjunta ao ascendente da carta, concedem ao temperamento fleumático um caráter secundário no tipo temperamental de Layne. Apesar das breves notas quentes denotadas pelo Sol e sua respectiva fase, o temperamento do artista é consideravelmente frio. A predominância melancólica e o teor frio da combinação temperamental correspondem ao caráter tímido e reservado reputado por diversas vezes a Staley, principalmente durante sua idade mais tenra.
Apesar do software Morinus indicar uma pontuação brevemente mais elevada para outros astros, julgo que o Almuten Figuris da natividade é o Sol, que dispõe de Mercúrio, planeta regente do ascendente, de Júpiter, sendo ambos os dois astros colocados em Leão, com o luminar diurno na casa XII e também da Parte da Fortuna e de Saturno, por exaltação, que estão posicionados no signo de Áries, na casa VIII.


O propósito de vida de Layne Staley era solar, ou seja, de ganhar ou dar brilho ou notoriedade a sua existência. Enquanto planeta regente da casa XII e posicionado nesta mesma casa astrológica na qual jubila o maléfico Saturno, Staley não hesitou em iluminar as suas mazelas pessoais e trazê-las à tona em forma de arte. Mercúrio, planeta regente da casa X, que versa sobre a carreira do artista, também está disposto na casa XII, sob o comando do Sol e conectando à carreira e às maiores e mais visíveis ações no mundo do artista em contato direto com as vicissitudes da décima segunda casa do tema natal. É curioso julgar um propósito de brilho e enaltecimento sobre a casa XII natal. Mas, foi bem isto que Layne fez com sua arte: trazer luz e voz para a sombria décima segunda morada, ganhando fama mundial com sua música e influenciando uma geração inteira ao longo da década de noventa.
A Firdaria de Mercúrio, planeta regente da casa X, marca o período de sua carreira no Alice in Chains, que teve início no ano de 1987.  No ano de 1990 é lançado o primeiro álbum, Facelift. A canção mais famosa da obra, Man in the Box, de autoria de Staley, tem um profundo componente emocional de encarceramento e mergulho nas próprias sombras. O homem encaixotado, aprisionado. Os riffs, a letra e o refrão marcam um dos maiores clássicos do rock da década de noventa. Dirt é lançado em 1992 e é tido como a obra definitiva da banda. O sucesso foi ainda maior, com singles inesquecíveis, como Angry Chair, Would?, Dirt e Down in a Hole. A música Angry Chair é de autoria exclusiva de Layne e traz em sua temática revolta, desesperança, isolamento e um certo grau de aceitação diante dos erros cometidos.
Apesar do extremo sucesso do álbum Dirt, a banda fracassou em sua turnê devido ao vício de drogas de Staley. De acordo com diversas fontes biográficas acerca do músico, tudo se tornou ainda mais difícil após a morte de sua noiva, que ocorreu em outubro de 1996 e que marca o início do seu período de praticamente total reclusão e isolamento.
Analisando o mapa de Revolução Solar do período, se observa a sobreposição dos quatro ângulos natais, sinalizando para a ocorrência de um ano importante ao nativo. A Profecção do ascendente chega ao signo de Aquário, que corresponde à casa VI natal. Saturno é o planeta regente do ano. No mapa revolucional, Saturno ocupa a maléfica casa VIII, no signo de Áries, em queda e retornando ao signo e casa que ocupava na carta natal. Júpiter, planeta regente da casa VII natal e revolucional, se configura por quadratura com Saturno, a partir do signo de sua queda. Vênus, planeta que rege a casa II da natividade e tem propriedade para atestar sobre a morte da companheira, está conjunta ao maléfico Marte, no signo de Câncer, no mapa de retorno solar. Vênus, que também é um significador essencial de amor e mulheres, está afligida por Marte e Saturno no período. As duas estrelas maléficas testemunham favoravelmente à morte violenta. A Lua, que é um planeta ocupante da casa VII no mapa natal e testemunha acerca de algum grau de materialidade sobre os relacionamentos afetivos, ocupa o signo de Escorpião na carta revolucional, em queda e no mesmo local que Marte, um maléfico essencial, ocupava na natividade.


Os testemunhos combinados que ferem os significadores essenciais e acidentais de sétima casa, através das aflições representadas pelos planetas maléficos e enaltecendo locais mortíferos, como a casa VIII, parecem se conectar muito bem com o dramático evento que ocorrera no ano de 1996. A Firdaria que deu substância a este evento corresponde ao período Mercúrio-Vênus. Mercúrio é o próprio planeta regente do ascendente e astro ocupante da casa XII natal. Vênus, conforme explanado, é um significador essencial de amor e romances e que está em queda no mapa de Layne, possuindo autoridade sobre o tema da morte das parceiras.
Após este evento, Layne progrediu ainda mais na direção do isolamento e das drogas. A sua última aparição pública remonta a 1998. O cantor acaba por falecer em 2002, vítima de uma overdose de diversas substâncias combinadas. O mapa de Revolução Solar de sua morte traz uma conotação bem menos dramática do que aquele que representou a perda de sua companheira. Todavia, alguns detalhes importantes dão pistas sobre a possibilidade de encerramento de sua vida. O ascendente da carta revolucional é Escorpião e enaltece Marte, astro que rege e ocupa este signo na natividade, sendo o pequeno maléfico o senhor da oitava casa do mapa natal. A casa XII radical é elevada ao meio do céu revolucional, potencializando os vícios durante o período. Mercúrio, planeta regente da casa VIII revolucional, ingressa sobre o ascendente natal, em Virgem, e forma quadratura com Saturno, planeta ocupante da casa VIII radical e que volta a ocupar esta mesma casa no mapa de retorno solar. A Profecção do ascendente chega a Câncer e tem a Lua como principal candidato a planeta regente do ano. Júpiter ocupa o signo de Câncer no mapa revolucional e pode ser tomado como um co-regente do ano em questão.


Júpiter é um dos planetas ocupantes da casa XII natal. Enquanto senhor da casa VII e colocado nesta morada do júbilo saturnino, acena para as grandes perdas afetivas que o cantor poderia experimentar ao longo de sua vida. Júpiter, contudo, ao ocupar a casa XII, no signo de sua triplicidade, representa algum grau de livramento dos maiores males significados pela décima segunda casa. O ascendente profectado corresponde à casa VIII da carta de retorno solar e à casa XI natal. Ainda que a morte de Layne tenha sido trágica e prematura, o envolvimento da figura de Júpiter sugere algum grau de livramento e a secção do sofrimento e do aprisionamento do músico. Convém ressaltar que a morte do músico ocorreu na Firdaria da Lua, subperíodo de Júpiter. Estes dois planetas são, justamente, aqueles com maior potencial de ativação e senhoria através da Profecção anual.
Ainda que permeado por tragédias pessoais e sofrimento, Layne Staley e sua banda marcaram toda uma geração, com letras e músicas densas e de profundidade emocional extrema. Apesar do teor negativo presente em muitas canções, Layne e o Alice In Chains brindaram o universo do rock com a maior qualidade da melancolia aplicada à arte, nos deixando obras impecáveis e resistentes ao tempo, muito distintas de bandas fast food que dificilmente gravarão o seu nome na história da música. Muito obrigado, Layne!