quinta-feira, 21 de março de 2019

O Ingresso Solar em Áries em 2019

Ontem, no dia 20 de março, às 18h58min, ocorreu o início do ano astrológico com o ingresso do Sol no signo de Áries. A carta de ingresso, para Brasília-DF, apresenta o ascendente no signo de Libra, nos termos de Mercúrio. Um signo cardinal no ângulo leste do tema mundano acena para a necessidade de analisar as cartas de todos os ingressos equinociais e solsticiais do ano.
Vênus, planeta regente do ascendente, está posicionado na casa V da carta de ingresso solar, no signo de Aquário e nos termos de Marte. Vênus se aplica por quadratura a Marte, que ocupa o signo de Touro, na casa VIII. Esta configuração não é positiva para os rumos do país. Ainda que Marte ocupe um signo de Vênus, não há recepção configurada.
Marte rege a casa VII e poderá ocorrer litígios com o exterior. A má relação do senhor do ascendente da carta com o planeta regente da casa VII pode abalar relações diplomáticas, comerciais, militares e geopolíticas com outros países. Marte também rege a casa II e, através da relação aflitiva formada com Vênus, mostra má gestão dos recursos do país. A sua colocação na casa VIII não é favorável à Economia e testemunha favoravelmente ao endividamento e dilapidação dos recursos do país.
Saturno está colocado na casa IV da carta de ingresso solar. Assim como ocorreu no mapa de ingresso solar no signo de Capricórnio em dezembro de 2018, Saturno aparece em uma casa angular e é, por este testemunho, o planeta mais forte da carta. A sua potencialidade, contudo, é menor do que aquela que fora assinalada para o período anterior, quando ocupava exatamente o ângulo descendente do tema mundano.
Na quarta casa da carta e em conjunção com o nodo sul, no seu próprio domicílio no signo de Capricórnio, Saturno testemunha contrariamente à produção agrícola. O período poderá ser marcado por secas e outros fatores ambientais que diminuam as atividades produtivas no campo. Saturno envia uma quadratura em direção à casa VII e à Parte da Fortuna, que estão no signo de Áries, a sua queda. As relações comerciais poderão ser prejudicadas pela materialização de eventos assinalados pela sua natureza fria e seca.


A casa IV representa os partidos e figuras de oposição ao governo instituído. A oposição que Saturno lança em direção à casa X da carta de ingresso solar, cujos raios caem no signo de Câncer, local de seu exílio, a partir de sua posição em seu próprio domicílio e em casa angular, assinala o processo de endurecimento da oposição ao governo. A aprovação de reformas podem se tornar mais difíceis e desgastantes a quem detém o poder, cabendo diversas concessões para concretizá-las. A Lua, planeta regente da casa X, ocupa a casa XII desta carta mundana, fora de curso. O testemunho lunar denota enfraquecimento e perda de popularidade e autonomia para o governo.
No momento em que escrevo, são publicadas diversas notícias sobre a prisão do ex-presidente Michel Temer. A presença da Lua na décima segunda casa da carta de ingresso solar, com poder de regência sobre a casa X, testemunha sobre a queda de figuras de popularidade e poder, com possibilidade de encarceramentos. Novas prisões relevantes podem ocorrer durante o período.
A Lua é um significador essencial do povo. A posição deste luminar na casa XII é debilitante e aflitiva para a nação brasileira. A colocação de Vênus, senhor do ascendente e representante dos rumos do país nos próximos três meses em configuração aflitiva com Marte, corrobora com a mesma sorte para os temas nacionais. Mercúrio, senhor dos termos do ascendente, posicionado na casa VI, retrógrado, em detrimento e queda, não agrega elementos que contraponham aos testemunhos anteriormente citados.
Júpiter aparece na casa III, no seu próprio domicílio, no signo de Sagitário e em sextil ao ascendente da carta. Podem ser implementadas melhorias que beneficiem o país em seus sistemas de comunicação, viário e de transportes.


terça-feira, 19 de março de 2019

Marte Ataca!

Desde alguns anos atrás, antes de iniciar o período que vivenciei a partir do meu aniversário de 2018, eu já estava vigilante e apreensivo diante das configurações astrológicas que ganhavam muito poder em minha natividade. Em 2016 iniciava para mim a Firdaria de Marte, planeta que está domiciliado no signo de Escorpião na carta natal, mas que é também um maléfico que possui regência sobre a casa XII e que está unido por conjunção a Saturno, outro significador essencialmente maléfico, e oposto à Parte da Fortuna.


Em 2018 a Profecção do signo ascendente chegava ao signo de Escorpião, elevando Marte à condição de planeta regente do ano. No mapa de Revolução Solar correspondente, Marte aparecia exatamente na cúspide do meio do céu, no signo de Sagitário, correspondendo à casa XII natal.
Marte, então, já acumulava três poderes. Era o senhor do período maior da Firdaria, o planeta regente do ano pela Profecção do ascendente e o planeta mais angular e poderoso da carta revolucional. Marte acumularia ainda uma quarta força, pelo fato de ser o senhor dos termos do ascendente dirigido através das Direções Primárias. Um prato mais do que cheio para um planeta atualizar as suas promessas natais e materializar eventos durante o seu período de domínio.
O astrólogo, quando olha o seu próprio mapa natal, sempre está com a mente recheada de vícios. Não há como ter um grau pleno de distanciamento para realizar uma interpretação e elaborar predições com a serenidade e a fidedignidade que lhe são necessárias. Todavia, sempre experimentamos com nossas natividades, é inevitável. O ideal, e isto vale para qualquer profissional, é procurar o auxílio de outro profissional que possa agir com isenção e sem conexão emocional com a nossa natividade. Os médicos devem ir ao médico. Os advogados devem procurar um advogado. Com os astrólogos não é diferente.
Mas, a despeito disso, somos artistas de nossa ciência e sempre vamos enxergar eventos, ainda que desprovidos da perfeição. Estando ciente de que Marte é um significador essencialmente maléfico, que rege uma casa maléfica e que está unido a outro planeta maléfico, fica clara a sua predileção por materializar eventos cujo adjetivo cabível é no mínimo o desagradável. O bom estado celeste de Marte promete resolução das contendas, após a instauração dos momentos mais problematizadores.
O primeiro evento materializado pelo pequeno maléfico, que ocorreu em consonância à entrada de Saturno no signo de Capricórnio, o ascendente natal, recebendo a configuração de uma conjunção corpórea de Marte, foi a quebra surpreendente de um dente molar. Bem literal para uma conjunção das duas infortunas no ascendente saturnino. O evento causou incômodos e dores durante todo o período devido às dificuldades em me afastar do trabalho para realizar a extração dentária. Foram necessários medicamentos opioides.
E o tal de 2018 se seguiu. Em férias, no final do mês de maio, eu praticava ciclismo em uma ciclovia recém inaugurada. Experiente, com centenas de quilômetros pedalados, não percebi nenhum risco. Um aclive e um desnível na nova pista combinados à moderada velocidade que desenvolvia na prática esportiva foram suficientes para me derrubar e danificar e muito o meu braço direito. Curativos, costela trincada e muita dor por um mês na volta ao trabalho. Não parei, contudo. A angularidade de Marte, planeta regente do ano, era um significador que sinalizava positivamente para a ocorrência de acidentes, resgatando a sua promessa natal de perigos nos deslocamentos.


O período também trouxe a exacerbação das enfermidades, conforme poderia ser esperado através do processo de potencialização do planeta regente da casa XII natal. Determinado à casa X radical pelo aspecto de sextil que lança à cúspide desta casa e pela luz desafiadora da quadratura aplicada por Mercúrio, planeta regente da casa X natal e posicionado no meio do céu do mapa revolucional, Marte testemunhava fortemente sobre a carreira. A época foi marcada pelo maior empregamento de energia na carreira. Também sinalizou o comportamento mais despojado e arriscado, que se manifestou através de uma postura mais enfática no ambiente de trabalho. O teor de agrado não foi unânime e os frutos da antipatia causada pelas minhas atitudes, por vezes incisivas, também foram semeados nesta época.
Um significador que merece atenção especial para a análise neste período é Vênus, planeta que governou o subperíodo da Firdaria. A despeito da ausência de aspecto ptolomaico no mapa natal, Vênus e Marte formavam quadratura no mapa revolucional, unindo as luzes dos dois senhores da Firdaria. Vênus é o planeta benéfico menor e a sua natureza essencial é oposta a Marte. Dentro das possibilidades de seu estado cósmico, Vênus representa oposição à agenda marcial. Com menor dignidade e autonomia no tema natal e com poder terrestre inferior na carta revolucional, Vênus não representou o impedimento da progressão dos males marciais, embora possa ter trazido uma grau de suavização para os eventos vivenciados. Vênus é o planeta regente da casa VI natal e sobre o tema das doenças uniu testemunhos a Marte, ainda que com uma conotação mais doce e supostamente inofensiva sob um prisma mais superficial de análise.
A grande lição que quero externar sobre este relato pessoal remete à potencialidade que um planeta possui para significar a materialização de eventos quando está ativado simultaneamente em diversas técnicas preditivas. A natureza, a qualidade e a grandeza destes eventos deve ser aferida a partir do estado cósmico e da determinação natal do planeta ativado, somados à análise do estado e disposição geral deste planeta na carta revolucional.
Vênus e Júpiter tem predileção para materializar agradáveis temas e eventos. Marte e Saturno, ainda que estejam determinados às boas casas da figura natal, tem afinidade natural com assuntos e acidentes de caráter desagradável. A mera relação, por posição, regência ou aspecto de Marte ou Saturno às más casas da natividade abre a possibilidade para a geração de seus assuntos. Da mesma forma, os dois planetas maléficos encontram afinidade com os maus assuntos acidentais de casas afortunadas. Contrapondo tal natureza, Vênus e Júpiter se conectam com facilidade aos bons temas acidentais das casas desafortunadas. Se possível, dado o seu estado cósmico natal e revolucional, representarão suavização ou livramento diante dos males mais severos da vida. Aqui, uma lógica bem moriniana.
Conforme já abordei aqui no blog, a Astrologia está permeada pelas dimensões do determinismo e do possibilismo. Sabido isto, deve se ter ciência de que a Astrologia está subordinada à realidade, em todas as esferas. De posse do conhecimento astrológico, ainda que parcialmente nublado pelas distorções próprias de uma autoanálise, procurei não me envolver em atividades de maior risco. Ainda que tenha cometido alguns excessos pessoais, os moderei logo que possível, diante do conhecimento dos ventos sob os quais estava determinado. Não pude evitar tudo. Sempre temos uma casa XII que não vislumbramos tão bem. Mas o ensaio vale a pena. Talvez nunca tenhamos a plena ciência dos maiores males que conseguimos afastar com nossa atitude pessoal permeada da maior correção e nem das maiores benesses que atingimos através de posturas pessoais de igual valor e consciência. Voltaremos a falar muito em breve da aplicação das técnicas preditivas, da previsão de eventos para as natividades e sobre o encaixe destas predições nos espectros determinista e possibilista da Astrologia, aplicados sempre ao plano real de vivência mundana.