domingo, 22 de março de 2020

O Ingresso Solar em Áries em 2020 - O Contexto da Pandemia no Brasil e o Novo Ciclo Júpiter-Saturno

Na última sexta-feira, dia 20 de março, às 00h49min, o Sol ingressou no signo de Áries e marcou o início do novo ano astrológico, com a passagem do luminar diurno pelo ponto vernal. Levantada para Brasília-DF, a carta apresenta o ascendente no 14º do signo de Capricórnio. A disposição de um signo cardinal no ascendente indica a possibilidade de analisar as quatro cartas de ingresso anuais, sempre quando o Sol adentrar pelos signos equinociais e solsticiais. A carta que representa o ingresso solar em Áries é a mais importante delas.
No ascendente do tema de ingresso encontramos os três planetas superiores - Marte, Júpiter e Saturno - que já se configuram no signo de Capricórnio há aproximadamente um mês. Marte e Saturno ocupam as suas dignidades maiores e sitiam Júpiter, que desde o mês de dezembro experimenta a debilidade maior de queda.


Carta do Ingresso Solar em Áries em 2020, Brasília-DF.

Está duramente estabelecida uma ditadura dos maléficos, que se materializa em nossa realidade através das consequências da pandemia global do novo coronavírus. Já são milhares de mortes registradas ao redor do mundo e as projeções são, no mínimo, preocupantes. Imperam as maiores restrições em décadas, com a deflagração de quarentenas, bloqueios de estradas e aeroportos sob supervisão. Há isolamento, restrição de deslocamento, falta de acesso ao lazer, ao consumo e impedimento da plena socialização.
Nas últimas semanas, os planetas maléficos estavam dispostos em Capricórnio, com Júpiter em queda e experimentando sitiamento. O grande benéfico é o significador essencial de boa sorte, abundância, exterior, prosperidade econômica, expansão e felicidade. Todos estes valores estão severamente prejudicados ou impedidos no momento. É interessante ressaltar que os três planetas estão dispostos no décimo segundo signo da carta de Independência do Brasil. O décimo segundo local é aquele que pertence a Saturno e fala de todas as restrições e mazelas.


Carta da Independência do Brasil, 07/09/1822.

Se trata de uma configuração que envolve o trânsito dos três planetas superiores e que não opera isoladamente, mas em consonância aos temas mundanos vigentes, dentre eles, o eclipse solar do dia 26 de dezembro de 2019, que atingiu a Ásia, desde o Oriente Médio até o sudeste deste continente, assim como a Oceania. O epicentro da pandemia do coronavírus ocorreu na China, cujo território também foi parcialmente escurecido por tal eclipse do Sol.
Mas, voltemos à carta de ingresso solar levantada para a capital brasileira. Marte é o planeta mais angular, disposto no ascendente e formando uma conjunção partil com Júpiter. Saturno, planeta regente do ascendente, também aparece na primeira casa do tema, no último grau de Capricórnio. No momento em que escrevo, Saturno já fez o seu primeiro ingresso anual no signo de Aquário. Na sua morada e alegria e no primeiro grau deste signo zodiacal, ocorrerá a maléfica conjunção Marte-Saturno, no último dia deste mês.
A colocação dos dois astros maléficos no ascendente da carta de ingresso solar é má significadora para o país, seus habitantes e sua saúde. Saturno representa os idosos, a taxa de mortalidade nacional e as epidemias. Logo, se pode depreender que a pandemia do coronavírus será intensa no Brasil, impactando severamente o seu povo e acarretando em elevadas taxas de mortalidade, principalmente nos idosos. Some-me a isso o fato do Sol, planeta regente da casa VIII, que igualmente fala de mortalidade, estar disposto em angularidade na casa IV deste tema mundano.
Júpiter é o planeta regente da casa XII e está colocado na primeira casa, com Marte. A décima segunda casa fala de hospitais, internações e necessitados. A angularidade e o mau estado de Júpiter na carta atestam favoravelmente para um elevado número de hospitalizações e debilitações. Júpiter também é um significador essencial da Economia e sua prosperidade. O mau estado do significador mostra declínio das atividades econômicas e expressivos gastos com saúde, internações e para com o controle da pandemia.
Mercúrio rege a casa VI e fala dos serviços públicos, inclusive, de saúde. A sexta casa também indica os subsídios fornecidos pelo governo, referentes à previdência e à seguridade social. Mercúrio está em Peixes, em exílio e queda, cadente e na casa III. Mercúrio indica insuficiência ou debilidade de tais recursos, humanos e materiais.
A Lua está colocada na casa II, em Aquário e em quadratura com Vênus em Touro. Como significadora das massas, a Lua indica o foco do povo sobre a atividade econômica do país. Na segunda casa, por seu caráter volátil e de oscilação, a Lua indica instabilidades e altos e baixos na Economia do país. A Lua, a se aplicar por quadratura com Vênus, astro este que rege a casa X, sem recepção e por signos contrantíscios, denota antipatia e combate da população diante do governo.
O Poder Executivo é representado por Vênus, planeta regente da casa X. Em Touro, em seu próprio domicílio e na casa de seu júbilo, Vênus não indica desafortunamento para o atual Presidente. Todavia, a próxima conjunção Marte-Saturno ocorrerá no primeiro grau do signo de Aquário, próxima ao meio do céu da carta da posse presidencial de Jair Bolsonaro. A conjunção dos dois astros maléficos afetando a décima casa do tema da posse pode trazer severo infortúnio ao atual Presidente e seu governo. O Sol disposto na casa IV mostra o fortalecimento da oposição.


Carta da Posse Presidencial de Jair Bolsonaro, Brasília-DF.

O ascendente do mapa de ingresso solar corresponde à casa VII da carta natal de Jair Bolsonaro. Aqui, há indicação do povo e do país contra a sua figura. A próxima conjunção Marte-Saturno ocorrerá na sétima casa do tema natal do atual Presidente. Há presságio de fortalecimento da antipatia e dos inimigos contra a sua figura. Vênus, que ocupa o signo de Touro na carta de ingresso e representa o Poder Executivo, forma uma conjunção com o Marte natal de Jair Bolsonaro, em sua casa X. É uma bonificação para a sua imagem pessoal. Alguma mulher ou figura de atitude moderada poderá auxiliar na mitigação dos danos a sua imagem pública.

Mapa Natal de Jair Bolsonaro.

Marte e Saturno conjugados podem representar o endurecimento das medidas do Poder Executivo. Podem indicar, também, uma participação mais efetiva dos oficiais militares na condução das ações do governo. Combinada à angularidade de Marte na carta de ingresso, pode sinalizar uma participação mais incisiva do exército e das forças policiais nos próximos meses. Talvez, como agentes contentores das massas durante a atividade pandêmica. Marte é o senhor da casa XI e representa um Poder Legislativo forte durante o período. A carta da conjunção Marte-Saturno levantada para Brasília-DF mostra os dois planetas maléficos na casa VI. Aqui há forte indicação de severos problemas para o país através da pandemia que se instaura.


Carta da Conjunção Marte-Saturno, Brasília-DF.


Realizando conexões com a carta do eclipse total do Sol que ocorreu em 02 de julho de 2019 e que escureceu grande parte da América do Sul, registro que a próxima conjunção Marte-Saturno ocorrerá em oposição ao local de Marte do mapa de tal eclipse. As casas afetadas são a II e a VIII. Economia, recursos financeiros, gastos e endividamento estatal. A mortalidade do povo também é um tema ativado por esta configuração.
A carta do último eclipse solar que afetou o continente sul-americano, levantada para Brasília-DF, trazia Saturno e o nodo sul na casa II. Este local é projetado para o ascendente da carta de ingresso solar em Áries deste ano. Aqui, há mais uma indicação de dificuldades econômicas afetando o país, no mínimo, durante os três meses vindouros.


Carta do Eclipse Total do Sol de 02/07/2019, Brasília-DF.

O mapa de ingresso solar traz todos os planetas abaixo do horizonte. Mesmo com todas as sérias indicações e complicações econômico-sociais, tudo pode se tornar mais velado aos olhos de todos. Notícias e números podem virar uma rotina. Há uma tendência do ser humano em se acostumar e aprender a conviver com toda a sorte de dificuldades. As mortes podem estar distantes, nos confins mais pobres das áreas urbanas e rurais de um país continental.
A pandemia de coronavírus é o problema mais grave do momento e está apenas chegando ao Brasil. A pergunta cabal é sobre quando tal catástrofe cessará. Saturno está em Capricórnio e ingressará em seu domicílio e alegria, em Aquário, um signo humano onde se darão as duas próximas conjunções Marte-Saturno e onde o grande maléfico permanecerá forte, até 2023.
Aquário é um signo chave para 2020, com ênfase para o primeiro grau desta morada de Saturno. A próxima conjunção Marte-Saturno ocorrerá neste local e, dentre todas as mazelas que a configuração pode representar em um signo humano, estão as mortes em massa. A grande conjunção Júpiter-Saturno ocorrerá exatamente sobre o local da conjunção Marte-Saturno e, depois de quase dois séculos, passa em definitivo a ocorrer em signos humanos. A conjunção dos planetas sociais pode representar o marco inicial das atividades resolutivas da crise exacerbada pela conjugação dos dois astros maléficos.
Penso que a pandemia do novo coronavírus será o “xeque-mate” no atual sistema sócio-econômico e geopolítico mundial. A mudança da triplicidade dos ciclos conjuncionais Júpiter-Saturno para o elemento ar trará o ser o humano para a centralidade dos debates. Desde a primeira fase da Revolução Industrial, na década de quarenta do século XIX, as conjunções de Júpiter e Saturno estavam subordinadas ao elemento terra. Materialidade e finanças em evidência. Agora, os temas humanos que envolvem o enorme contingente populacional do planeta, sua vulnerabilidade, as consequências da tecnologia, o desemprego, o desamparo social e as condições sanitárias, ambientais e climáticas das sociedades, ocuparão a grande mesa mundial de debates.
O preço a ser pago durante esta mudança de paradigma, será, contudo, muito elevado. Não se pode esperar por mudanças imediatas. Será um longo processo, uma reconstrução. O que pode ser dito, com toda a certeza, é que o mundo contemporâneo não será mais pensado e organizado como antes. O mundo de algumas semanas atrás já não mais existe.


"Through the alleys of a quiet city street.
Up the staircase to the first floor
We turn the key and slowly unlock the door
As a man breathes into his saxophone
And through the walls you hear the city groan.
Outside, is America.
Outside, is America
America."

sábado, 7 de março de 2020

O Primeiro Ingresso de Saturno em Aquário e as Próximas Conjunções

Saturno já se aproxima do último grau do signo de Capricórnio e o seu primeiro ingresso anual em Aquário, sua morada e alegria, se dará no próximo dia 22 de março. O grande maléfico permanecerá em Aquário até o dia 1° de julho, quando, por movimento retrógrado, retornará ao signo de Capricórnio. O ingresso definitivo de Saturno em Aquário ocorrerá em 17 de dezembro, poucos dias antes do ingresso solar em Capricórnio e da grande conjunção Júpiter-Saturno, que ocorrerão no dia 21 de dezembro.
Durante estes três meses nos quais Saturno inicialmente ocupará Aquário, a representação do maior astro maléfico se tornará essencialmente mais benfazeja. Saturno é extremamente frio e seco, contrário à vida. Apesar de gozar da dignidade maior de domicílio em Capricórnio, este signo terreno coopera com uma representação bastante vigorosa - e rigorosa - das propriedades essenciais saturninas. Em Aquário, Saturno se alegra e ganha calor e umidade para abrandar as qualidades essenciais que o tornam um significador destemperado e maléfico.
Para as natividades, poderão experimentar um certo alívio aqueles que possuem pontos e posicionamentos importantes de suas cartas natais nos signos cardinais, principalmente em sua terceira face. Em Aquário, Saturno passa a afligir estes mesmos locais nos signos fixos. Considero como relevantes os locais dos luminares, do Almuten Figuris, do planeta regente do ascendente, dos quatro ângulos natais, com ênfase para o ascendente e o meio do céu, e a Parte da Fortuna. Os planetas que estiverem ativos através de técnicas preditivas como Firdaria e Direções Primárias podem ser impactados em um nível de relevância maior.
Em Astrologia Eletiva, a Lua em seu domicílio, no signo de Câncer, passa a operar sem o total impedimento proporcionado pela oposição que formava com os dois astros maléficos, Marte e Saturno. Júpiter permanece em Capricórnio, em queda, e o contato da Lua com Júpiter, por oposição, deve ser evitado. De modo contrário, a Lua em Touro, no local de sua exaltação, passa a formar uma quadratura sem recepção e por contrantíscia com Marte e Saturno. A operação do luminar noturno se torna impedida neste caso e deve ser evitada.
Os próximos dias reservam duas conjunções importantes. A primeira delas será a Marte-Júpiter, em Capricórnio. Marte estará exaltado e Júpiter em queda. Possibilidades de expansão e exacerbação de violência e militarismo em termos mundiais. A outra conjunção é a Marte-Saturno, que envolve os dois astros maléficos. Esta configuração também está associada a movimentos militares, acidentes e rupturas de estruturas, sejam estas no âmbito do poder governamental ou das sólidas representações físicas da Terra, naturais ou construídas pelas sociedades. Tratarei das duas conjunções em artigos específicos nos próximos dias.