Na última sexta-feira, dia 20 de março, às 00h49min, o Sol ingressou no signo de Áries
e marcou o início do novo ano astrológico, com a passagem do luminar diurno
pelo ponto vernal. Levantada para Brasília-DF, a carta apresenta o ascendente
no 14º do signo de Capricórnio. A disposição de um signo cardinal no ascendente
indica a possibilidade de analisar as quatro cartas de ingresso anuais, sempre
quando o Sol adentrar pelos signos equinociais e solsticiais. A carta que representa o ingresso solar em Áries é a mais importante delas.
No ascendente do tema de ingresso encontramos os três
planetas superiores - Marte, Júpiter e Saturno - que já se configuram no signo
de Capricórnio há aproximadamente um mês. Marte e Saturno ocupam as suas
dignidades maiores e sitiam Júpiter, que desde o mês de dezembro experimenta a
debilidade maior de queda.
Carta do Ingresso Solar em Áries em 2020, Brasília-DF.
Está duramente estabelecida uma ditadura dos
maléficos, que se materializa em nossa realidade através das consequências da
pandemia global do novo coronavírus. Já são milhares de mortes registradas ao
redor do mundo e as projeções são, no mínimo, preocupantes. Imperam as maiores
restrições em décadas, com a deflagração de quarentenas, bloqueios de estradas
e aeroportos sob supervisão. Há isolamento, restrição de deslocamento, falta de
acesso ao lazer, ao consumo e impedimento da plena socialização.
Nas últimas semanas, os planetas maléficos estavam dispostos em Capricórnio, com
Júpiter em queda e experimentando sitiamento. O grande benéfico é o significador essencial de
boa sorte, abundância, exterior, prosperidade econômica, expansão e felicidade.
Todos estes valores estão severamente prejudicados ou impedidos no momento. É
interessante ressaltar que os três planetas estão dispostos no décimo segundo
signo da carta de Independência do Brasil. O décimo segundo local é aquele que
pertence a Saturno e fala de todas as restrições e mazelas.
Carta da Independência do Brasil, 07/09/1822.
Se trata de uma configuração que envolve o trânsito dos
três planetas superiores e que não opera isoladamente, mas em consonância aos temas mundanos vigentes, dentre eles, o eclipse solar do dia 26 de dezembro de 2019, que atingiu a Ásia, desde o
Oriente Médio até o sudeste deste continente, assim como a Oceania. O epicentro
da pandemia do coronavírus ocorreu na China, cujo território também foi
parcialmente escurecido por tal eclipse do Sol.
Mas, voltemos à carta de ingresso solar levantada
para a capital brasileira. Marte é o planeta mais angular, disposto no
ascendente e formando uma conjunção partil com Júpiter. Saturno, planeta
regente do ascendente, também aparece na primeira casa do tema, no último grau
de Capricórnio. No momento em que escrevo, Saturno já fez o seu primeiro ingresso anual no signo de Aquário. Na sua morada e alegria e no primeiro grau deste signo
zodiacal, ocorrerá a maléfica conjunção Marte-Saturno, no último dia deste mês.
A colocação dos dois astros maléficos no ascendente
da carta de ingresso solar é má significadora para o país, seus habitantes e
sua saúde. Saturno representa os idosos, a taxa de mortalidade nacional e as
epidemias. Logo, se pode depreender que a pandemia do coronavírus será intensa
no Brasil, impactando severamente o seu povo e acarretando em elevadas taxas de
mortalidade, principalmente nos idosos. Some-me a isso o fato do Sol, planeta
regente da casa VIII, que igualmente fala de mortalidade, estar disposto em
angularidade na casa IV deste tema mundano.
Júpiter é o planeta regente da casa XII e está
colocado na primeira casa, com Marte. A décima segunda casa fala de hospitais,
internações e necessitados. A angularidade e o mau estado de Júpiter na carta
atestam favoravelmente para um elevado número de hospitalizações e
debilitações. Júpiter também é um significador essencial da Economia e sua
prosperidade. O mau estado do significador mostra declínio das atividades
econômicas e expressivos gastos com saúde, internações e para com o controle da
pandemia.
Mercúrio rege a casa VI e fala dos serviços públicos,
inclusive, de saúde. A sexta casa também indica os subsídios fornecidos pelo
governo, referentes à previdência e à seguridade social. Mercúrio está em
Peixes, em exílio e queda, cadente e na casa III. Mercúrio indica insuficiência
ou debilidade de tais recursos, humanos e materiais.
A Lua está colocada na casa II, em Aquário e em
quadratura com Vênus em Touro. Como significadora das massas, a Lua indica o
foco do povo sobre a atividade econômica do país. Na segunda casa, por seu
caráter volátil e de oscilação, a Lua indica instabilidades e altos e baixos na
Economia do país. A Lua, a se aplicar por quadratura com Vênus, astro este que
rege a casa X, sem recepção e por signos contrantíscios, denota antipatia e
combate da população diante do governo.
O Poder Executivo é representado por Vênus, planeta
regente da casa X. Em Touro, em seu próprio domicílio e na casa de seu júbilo,
Vênus não indica desafortunamento para o atual Presidente. Todavia, a próxima
conjunção Marte-Saturno ocorrerá no primeiro grau do signo de Aquário, próxima
ao meio do céu da carta da posse presidencial de Jair Bolsonaro. A conjunção
dos dois astros maléficos afetando a décima casa do tema da posse pode trazer
severo infortúnio ao atual Presidente e seu governo. O Sol disposto na casa IV
mostra o fortalecimento da oposição.
Carta da Posse Presidencial de Jair Bolsonaro, Brasília-DF.
O ascendente do mapa de ingresso solar corresponde à
casa VII da carta natal de Jair Bolsonaro. Aqui, há indicação do povo e do país
contra a sua figura. A próxima conjunção Marte-Saturno ocorrerá na sétima casa
do tema natal do atual Presidente. Há presságio de fortalecimento da antipatia e dos inimigos contra a sua figura. Vênus,
que ocupa o signo de Touro na carta de ingresso e representa o Poder Executivo,
forma uma conjunção com o Marte natal de Jair Bolsonaro, em sua casa X. É uma
bonificação para a sua imagem pessoal. Alguma mulher ou figura de atitude moderada
poderá auxiliar na mitigação dos danos a sua imagem pública.
Mapa Natal de Jair Bolsonaro.
Marte e Saturno conjugados podem
representar o endurecimento das medidas do Poder Executivo. Podem indicar,
também, uma participação mais efetiva dos oficiais militares na condução das
ações do governo. Combinada à angularidade de Marte na carta de ingresso, pode
sinalizar uma participação mais incisiva do exército e das forças policiais nos
próximos meses. Talvez, como agentes contentores das massas durante a atividade
pandêmica. Marte é o senhor da casa XI e representa um Poder Legislativo forte
durante o período. A carta da conjunção
Marte-Saturno levantada para Brasília-DF mostra os dois planetas maléficos na
casa VI. Aqui há forte indicação de severos problemas para o país através da
pandemia que se instaura.
Realizando conexões com a carta do
eclipse total do Sol que ocorreu em 02 de julho de 2019 e que escureceu grande
parte da América do Sul, registro que a próxima conjunção Marte-Saturno
ocorrerá em oposição ao local de Marte do mapa de tal eclipse. As casas
afetadas são a II e a VIII. Economia, recursos financeiros, gastos e
endividamento estatal. A mortalidade do povo também é um tema ativado por esta
configuração.
A carta do último eclipse solar que afetou o
continente sul-americano, levantada para Brasília-DF, trazia Saturno e o nodo
sul na casa II. Este local é projetado para o ascendente da carta de ingresso
solar em Áries deste ano. Aqui, há mais uma indicação de dificuldades
econômicas afetando o país, no mínimo, durante os três meses vindouros.
Carta do Eclipse Total do Sol de 02/07/2019, Brasília-DF.
O mapa de ingresso solar traz todos os
planetas abaixo do horizonte. Mesmo com todas as sérias indicações e
complicações econômico-sociais, tudo pode se tornar mais velado aos olhos de
todos. Notícias e números podem virar uma rotina. Há uma tendência do ser
humano em se acostumar e aprender a conviver com toda a sorte de dificuldades.
As mortes podem estar distantes, nos confins mais pobres das áreas urbanas e
rurais de um país continental.
A pandemia de coronavírus é o problema mais grave do
momento e está apenas chegando ao Brasil. A pergunta cabal é sobre quando tal
catástrofe cessará. Saturno está em Capricórnio e ingressará em seu domicílio e alegria, em Aquário, um signo humano onde se darão as duas próximas conjunções Marte-Saturno e onde o grande maléfico permanecerá forte, até 2023.
Aquário é um signo chave para 2020, com ênfase para o
primeiro grau desta morada de Saturno. A próxima conjunção Marte-Saturno
ocorrerá neste local e, dentre todas as mazelas que a configuração pode
representar em um signo humano, estão as mortes em massa. A grande conjunção Júpiter-Saturno
ocorrerá exatamente sobre o local da conjunção Marte-Saturno e, depois de quase
dois séculos, passa em definitivo a ocorrer em signos humanos. A conjunção dos planetas
sociais pode representar o marco inicial das atividades resolutivas da crise
exacerbada pela conjugação dos dois astros maléficos.
Penso que a pandemia do novo coronavírus será o
“xeque-mate” no atual sistema sócio-econômico e geopolítico mundial. A mudança da
triplicidade dos ciclos conjuncionais Júpiter-Saturno para o elemento ar trará
o ser o humano para a centralidade dos debates. Desde a primeira fase da
Revolução Industrial, na década de quarenta do século XIX, as conjunções de
Júpiter e Saturno estavam subordinadas ao elemento terra. Materialidade e
finanças em evidência. Agora, os temas humanos que envolvem o enorme contingente
populacional do planeta, sua vulnerabilidade, as consequências da tecnologia, o
desemprego, o desamparo social e as condições sanitárias, ambientais e
climáticas das sociedades, ocuparão a grande mesa mundial de debates.
O preço a ser pago durante esta mudança de paradigma,
será, contudo, muito elevado. Não se pode esperar por mudanças imediatas. Será
um longo processo, uma reconstrução. O que pode ser dito, com toda a certeza, é
que o mundo contemporâneo não será mais pensado e organizado como antes. O
mundo de algumas semanas atrás já não mais existe.
"Through the alleys of a quiet city street.
Up the staircase to the first floor
We turn the key and slowly unlock the door
As a man breathes into his saxophone
And through the walls you hear the city groan.
Outside, is America.
Outside, is America
America."
Obrigada pela postagem. Força!
ResponderExcluirObrigada!
ResponderExcluirExcelente panorama!
ResponderExcluirGostei muito. Obrigada
ResponderExcluirMuito interessante, Dinho! Essa é uma reflexão que muitos de nós viemos fazendo acerca do que estamos passando (a respeito de estarmos enterrando a modernidade agora e aguardando o mundo que se segue). Legal ver isso sob um ponto de vista astrológico.
ResponderExcluirPergunta: você acha que corremos risco de algo como um golpe militar? Pq com o atual cenário político, a cama tá feita, ne.
Oi Thalita! Grato pela visita ao blog. Toda a América do Sul está sob a influência de representação do eclipse solar do dia 02 de julho de 2019. Em muitos países do continente vimos governos caírem, serem derrotados pela oposição nas urnas ou ganharem um grau maior de autoritarismo.
ExcluirA última conjunção Marte-Saturno, que ocorreu em 31 de março no primeiro grau de Aquário, tangenciou o meio do céu da carta da posse presidencial. Já representou muitos aborrecimentos ao atual governo e pode permeá-lo com ações mais autoritárias.
No momento, não creio na possibilidade de golpe militar no Brasil. As demais instituições se fortaleceram bastante nos últimos meses. A própria conjunção Marte-Saturno, que pode ser sinalizadora de golpes e quedas de governos, ocorreu em um signo que Saturno domina. Parece que as estruturas democráticas tendem a resistir, por este testemunho, diante de possíveis levantes antidemocráticos.
Abraços!
Agradeço a todos por acompanhar o blog!
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