segunda-feira, 22 de junho de 2020

O Ingresso Solar em Câncer em 2020


No último sábado, dia 20 de junho, às 18h44min, o Sol ingressou no signo de Câncer e marcou o solstício de verão no hemisfério norte e o solstício de inverno no hemisfério sul. O último ingresso do luminar diurno no signo de Áries apresentou uma carta com um signo cardinal no ascendente quando levantada para a capital brasileira, o que nos possibilita analisar as cartas de cada ingresso solar nos signos cardinais ao longo de 2020.
A carta do ingresso solar em Câncer, levantada para Brasília-DF, apresenta o ascendente no 15º do signo de Capricórnio. Se trata do mesmo ascendente da carta do ingresso solar em Áries, reforçando as suas indicações. Com exceção de Mercúrio, todos os planetas estão recolhidos abaixo do horizonte. O astro mensageiro aparece angular e retrógrado, em conjunção ao ângulo descendente da carta, caminhando em direção à combustão com o Sol.

Carta do Ingresso Solar em Câncer em 2020, Brasília-DF.

Mercúrio, assim como no tema de ingresso solar em Áries, é o senhor da casa VI, que fala sobre as epidemias e enfermidades que assolam a nação. A angularidade do significador mostra a força da atual pandemia vivenciada no Brasil. A retrogradação e futura combustão de Mercúrio pode indicar estabilização e queda dos números de novas infecções no país.
Esta é uma questão delicada, pois o Brasil é uma nação continental e heterogênea. De fato, já há sinais de estabilização da pandemia do novo coronavírus em diversas regiões Outras, por sua vez, ainda não atingiram o ápice das mazelas da enfermidade. De todo o modo, conforme já abordei aqui no site, a tendência é de estabilização e flexibilizações, que podem ser percebidas com maior ênfase nas regiões mais populosas, centrais, metropolitanas e que sofreram com a pandemia desde o início de sua instauração no país.
A Lua, que fala das principais atenções do país e de sua sociedade, aparece na casa VI da carta de ingresso em Câncer. No tema de ingresso solar em Áries a Lua estava colocada na casa II. Aqui, há uma indicação de mudança de atenções e preocupações populares se deslocando da esfera econômica em direção à saúde pública e aos danos humanos causados pela pandemia.

Carta do Ingresso Solar em Áries em 2020, Brasília-DF.

O luminar noturno está em quadratura exata com Marte. O pequeno maléfico é um significador essencial de sexta casa e enfermidades. O contato tenso com a Lua mostra a população afligida pela pandemia. Marte também governa militares e forças policiais. Em casos de protestos, a população poderá ser duramente reprimida.
Marte é o senhor da casa IV e fala dos partidos que pertencem à dita oposição. Enquanto planeta regente da casa XI, fala do parlamento. As Casas Legislativas podem tomar ou aprovar medidas que venham a prejudicar consideravelmente a maior parte das pessoas.
O ascendente da carta representa o país, seu povo, sua saúde, prosperidade e acidentes. A Parte da Fortuna está disposta sobre o ângulo ascendente do tema. Na primeira casa, encontramos Júpiter em Capricórnio e Saturno em Aquário, ambos retrógrados.
Saturno e Marte são os dois planetas que tem mais poder sobre o ascendente. Saturno está inconjunto ao ascendente, enquanto Marte o testemunha através de um sextil. Marte possui mais autoridade que Saturno para representar o país durante o período de três meses que se inicia. Júpiter, que governa os termos do ascendente e aparece angular na primeira casa, também possui poder para representar a natureza dos três meses vindouros.
Marte forma um sextil partil com Júpiter. Ambos os significadores estão em recepção mútua, ainda que imperfeita, pois Júpiter está no local de sua queda. Júpiter fala do sistema judiciário, seus entes e da riqueza do país. Em queda e retrógrado, pode indicar a corrosão da riqueza nacional durante o período. Saturno regendo a casa II e retrogradando reforça tais acenos.
Mesmo diante das debilidades cósmicas, é boa a posição angular de um planeta benéfico como Júpiter. A conjunção com a Parte da Fortuna é parcialmente afortunada para a saúde do país e sua economia. Existem muitas dificuldades, mas há esperança e motivos para se esperar melhorias. Saturno, regente da casa II, em seu próprio domicílio e angular, também fornece uma indicação menos negativa, apesar de se tratar de um maléfico restritivo.
O aspecto exato que Marte forma com Júpiter pode indicar uma maior afinidade dos partidos de oposição ao governo com os representantes do sistema judiciário, pois Marte rege a casa IV da carta de ingresso. Enquanto senhor da casa XI, acena para tal familiaridade entre o Poder Legislativo e o Judiciário. A colocação de Marte no signo de Peixes, que corresponde à casa XI e ao local da Parte da Fortuna da carta da última posse presidencial, pode desafortunar e trazer litígios nas relações entre Executivo e Legislativo.


Mapa da Posse Presidencial de Jair Bolsonaro, 01/01/2019, Brasília-DF.

O Poder Executivo e a figura do Presidente são representados novamente por Vênus. Na carta do ingresso solar em Áries, Bolsonaro era representado por Vênus em Touro na casa V. Agora, o Presidente é simbolizado por Vênus em Gêmeos, dentro dos limites da casa V, no sexto signo e retrógrada. Vênus testemunha o meio do céu através de um trígono, fato este que concede maior autoridade ao menor astro benéfico para representar o mandatário do cargo máximo da nação.
Bolsonaro aparece mais fraco neste período de três meses que se inicia agora se compararmos com o anterior. Vênus não está aflita, mas perdeu muito de seu poder. A retrogradação pode indicar revisões de atitudes do Presidente, uma postura inicial de recuo. Em Gêmeos, Vênus está à disposição de Mercúrio. O astro comunicador governa a imprensa e os jornalistas e Bolsonaro pode se tornar refém dos noticiários.
Mercúrio rege a casa IX e o Poder Judiciário pode ganhar ainda mais protagonismo no período, se tornando um instrumento de controle ainda mais efetivo da figura do Presidente. Se considerarmos que Vênus está na sexta casa do tema de ingresso, isso pode indicar enfraquecimento da saúde de Bolsonaro. A colocação de Vênus no sexto signo da carta e retrógrada mostra que o chefe do executivo não sabe exatamente o que fazer diante da gravidade do quadro da pandemia que assola o país.
Estas são as principais notas que vislumbro para os próximos três meses a partir da carta de ingresso solar em Câncer. Outro tema que abordarei em breve, aqui no blog ou no canal, será o grande eclipse anular do Sol, que ocorreu ontem e afetou os continentes africano e asiático. Um tema dos mais relevantes para a Astrologia Mundana.

7 comentários:

  1. Primeiro muito obrigada por sua ótima postagem, Dinho, outra interpretação com relação a Marte regendo a casa 4, nos dois ingressos, não poderia ser vista como a pandemia atingindo o pais em oposição à autoridade? E Marte em partil a Júpiter demostrando o forte papel do judiciário no enfrentamento da pandemia, lembremos a ação do STF informando Bolsonaro sobre o pacto federativo, Constituição, e a não possibilidade de intromissão direta nos governos e municípios? Na minha cidade, por exemplo, está sendo muito comum a ação do judiciário coibindo a flexibilização prematura do isolamento. Um abraço geográfico :)

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    1. Oi Ana! Na carta do ingresso solar em Áries há mais indicações favoráveis da epidemia e da oposição assolando o governo, pois Marte rege a IV (oposição), está na casa I (angular e que fala do país, seus rumos, saúde e sorte), enviando uma quadratura ao meio do céu do tema, que representa o governo e cujos raios caem no local de seu exílio. Na carta do ingresso em Câncer parece que o Judiciário é que será o principal algoz ou agente passível de barganha do Poder Executivo. Abraços astrológicos e geográficos!

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  2. Oi Dinho, como vc está? Li agora que Bolsonaro está com sintomas de Covid 19 e imediatamente lembrei da sua leitura do ingresso em Câncer. Um abraço.

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    1. Oi Ana! Estou bem e tu? E o resultado acabou se confirmando mesmo. Grato pela tua presença aqui no blog. Abraços!

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