domingo, 5 de janeiro de 2020

O Eclipse Anular do Sol de Dezembro de 2019 - Desdobramentos e Previsões Para a Ásia


No dia 26 de dezembro de 2019 ocorreu um eclipse anular do Sol, que foi visível desde o Oriente Médio, passando pela Índia, sudeste da Ásia e chegando até a Oceania. Conforme falei no vídeo que gravei na véspera do evento e que poderá ser acessado aqui, eram e ainda são esperadas consequências envolvendo o governo, poder, beligerância e desastres naturais nos países afetados pelo eclipse.
Em Astrologia Mundial o princípio da realidade não resta afastado e a subordinação dos eventos celestes a cada particularidade regional deve ser avaliada. Nos países em que já há uma maior instabilidade política e riscos iminentes de conflitos, caso do Irã, da Índia e do Paquistão, eventos de análoga natureza podem ser esperados com um grau de previsibilidade maior.

 Mapa da Zona de Ocultação do Eclipse do dia 26 de dezembro de 2019. Fonte: timeanddate.com.

Falando no Irã, e este estado nacional foi citado no referido vídeo lançado no meu canal no final do ano passado, já há sérios desdobramentos envolvendo este país em apenas alguns dias decorridos após o eclipse solar. A morte do General Qassem Soleimani, que era um dos maiores líderes militares iranianos da atualidade, em terras iraquianas e ocasionada por um ataque militar dos Estados Unidos, traz elementos de poder e manobras bélicas para a mesa geopolítica do Oriente Médio e o Irã é um dos principais atores neste atual processo.
Mas, por que o Irã já foi citado em meu vídeo sobre o último eclipse? O primeiro motivo remete ao critério da visibilidade. O Irã foi um dos países em que o fenômeno pôde ser observado, ainda que em caráter parcial. O segundo motivo encontra lugar na obra de Ptolomeu, em seu Tetrabiblos. As regiões que atualmente correspondem à porção oriental do território do Irã e que são descritas por Ptolomeu como Ariana e Gedrósia, são análogas ao signo de Capricórnio e a Saturno. O eclipse anular do Sol do último dia 26 de dezembro ocorreu em tal signo móvel, disposto pelo grande maléfico. Aqui há uma nova conexão entre o Irã e o eclipse.
Todavia, não é apenas o Irã que possui esta dupla e relevante relação com o último eclipse solar. A Índia e o Paquistão também estão duplamente conectados com o fenômeno. Em analogia ao signo de Capricórnio e com Saturno, Ptolomeu cita a Índia. As regiões da Ariana e da Gedrósia, descritas por Ptolomeu, também abrangem extensões importantes do contemporâneo território paquistanês. Índia e Paquistão flertam há décadas com a possibilidade de uma guerra de proporções maiores, envolvendo disputas pela região da Caxemira e por uma posição de maior destaque geopolítico e militar no continente.
O Afeganistão também deve ser lembrado, pois as regiões da Ariana e da Gedrósia, citadas por Ptolomeu, também correspondem ao atual território afegão. O Afeganistão já enfrentou guerras e invasões. Foi ocupado pela União Soviética na década de 1980 e depois pelos Estados Unidos, na primeira década do século XXI. Até o momento o seu governo é frágil e coexiste com o poder do Talibã, sendo incapaz de construir um projeto social sólido para a sociedade afegã, pondo fim á guerra civil que se arrasta desde o final da década de 1970. Nenhuma superpotência conseguiu resolver seus problemas no Afeganistão e, do mesmo modo, trazer solução às possíveis celeumas do país asiático.

                   Animação do Eclipse Solar do dia 26 de dezembro de 2019. Fonte: NASA.

Marte estava colocado no signo de Escorpião desde o último dia 19 de novembro e representava a ação planejada, estratégica, firme e assertiva, inclusive em temas militares. O ataque norte-americano, que vitimou o general iraniano, ocorreu no dia em que Marte ingressou no signo de Sagitário, que é o domicílio e alegria de Júpiter. Aqui há uma representação de belicosidade exacerbada, pois Sagitário é um signo quente e seco, que contribui para um destempero ainda maior na figura de Marte. Sagitário é um signo de fogo duplo e bestial, com a natureza superlativa de Júpiter. As manobras e ações militares se intensificam.
O ingresso de Júpiter no signo de Capricórnio, local de sua debilidade maior de queda e da exaltação de Marte, foi objeto de um artigo aqui no blog em dezembro do ano passado. Nestes escritos, afirmei que o potencial superlativo e negativo do trânsito de Júpiter pelo signo de Capricórnio poderia significar, dentre outras representações, o aumento do militarismo e guerras. Marte está em um signo de Júpiter e o grande benéfico ocupa a exaltação de Marte. Ainda no mês de janeiro, Marte e Júpiter se tocarão por antíscios e os ânimos e movimentos bélicos podem se intensificar mais. Em meados de fevereiro, Marte ingressará em Capricórnio e teremos os três planetas superiores no mesmo signo zodiacal, o mesmo que abrigou o último eclipse solar. Falarei sobre isto oportunamente e em breve.
Para o sudeste da Ásia, chama a atenção a angularidade do fenômeno, que ocorreu muito próximo ao meio do céu nas cartas de evento levantadas para Bangkok, Kuala Lumpur e Jacarta, capitais da Tailândia, Malásia e Indonésia, respectivamente. Esta região, que engloba outros países, como o Camboja, o Vietnã, as Filipinas, dentre outros, é altamente suscetível à intensa atividade tectônica, que culmina em vulcanismo, terremotos e tsunamis. O eclipse coloca toda a região em alerta. Os movimentos tectônicos triviais continuam normalmente e não é para com estes que se deve ter acautelamento. O eclipse indica a possibilidade de um ou mais eventos singulares em sua intensidade. Ptolomeu relaciona o signo de Capricórnio com a possibilidade de chuvas intensas. Logo, ciclones e tufões podem se manifestar com ainda mais força nesta região da Ásia.


        Mapa do Eclipse Anular do Sol do dia 26 de dezembro de 2019 - Bangkok, Capital da Tailândia.

Uma pergunta que sempre paira sobre os eclipses é acerca de quando o fenômeno manifestará o espelhamento de seus efeitos na esfera humana e mundana de eventos. Ptolomeu determina de forma prática a relação da duração dos eclipses solares e lunares. Os eclipses do Sol duram tantos anos quanto forem as horas de seu obscurecimento. No caso dos eclipses da Lua, esta relação é convertida em meses.
Sobre quando ocorrerão os principais eventos, dentro do período de atividade do eclipse, há uma relação clara entre a alocação terrestre do eclipse e suas principais manifestações. Quando disposto próximo do ascendente, as manifestações mais relevantes do fenômeno ocorrerão no primeiro terço do período total de influência e representação do eclipse. Próximo ao meio do céu, o eclipse sinaliza sua maior potencialidade no segundo terço temporal. Quando o fenômeno ocorre próximo ao ângulo descendente, é indicado o último terço do período total como aquele que materializará os principais efeitos da ocultação do luminar. Em termos mundanos, somente as regiões de visibilidade dos eclipses é que podem esperar a materialização de seus significados e efeitos.
Para cada localidade afetada pelo eclipse, a duração do evento será distinta e, por conseguinte, o período de sua influência regional também o será. Por isso, para realizar previsões ainda mais precisas e para cada uma das regiões afetadas pelo obscurecimento, é necessário mensurar a duração do eclipse de modo individualizado.
Há muito o que dissertar sobre os eclipses. Convido a todos os leitores para assistirem ao vídeo que  abordei este importante tema em meu canal no Youtube. Neste vídeo tratei do eclipse anular do Sol que abordo neste escrito de hoje e também dos eclipses totais do Sol que atingiram os Estados Unidos em agosto de 2017 e o continente sul-americano em julho de 2019. Diversas implicações mundanas destes fenômenos foram abordadas, bem como, previsões baseadas nestes eventos singulares também foram realizadas. Até breve, leitores.


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