quinta-feira, 25 de junho de 2020

Marte em Áries - A Longa Jornada em 2020

Marte vai ingressar em Áries no próximo domingo. Este signo cardinal, de fogo e do leste é a sua principal morada, diurna, masculina e vigorosa. Marte é um planeta maléfico essencial, pelo seu excesso de calor e secura. Em Áries, conquista pureza, poder, capacidade resolutiva e também a exacerbação de suas propriedades que o tornam, em excesso, um astro quente e seco.
Algumas das características mais singulares de Marte são o seu caráter abrupto, rápido, imprevisível e caótico. Colocado em Áries, ocorre a combinação de um astro ígneo, em um signo de fogo e da quadruplicidade cardinal. Logo, há indicações de grande movimento, ações assertivas e temperaturas extremamente elevadas.

                                           Rei Leônidas de Esparta, do filme "300".

A singularidade do trânsito de Marte pelo seu domicílio em Áries este ano reside, paradoxalmente, no caráter demasiadamente estendido que tal movimento celeste possuirá. Serão quase duzentos dias com Marte posicionado em Áries. Por que isso irá ocorrer?
O Sol se afastou da quadratura com Marte e o menor astro maléfico passa a perder consideravelmente a sua velocidade, assumindo o movimento retrógrado no dia 09 de setembro, no penúltimo grau do signo de Áries. Marte permanecerá retrógrado por aproximadamente dois meses. Em 13 de novembro, assumirá o movimento direto novamente. Em velocidade lenta, Marte começa a avançar novamente pelo signo de Áries e sai do seu domicílio diurno apenas no dia 06 de janeiro de 2021.
Os últimos eventos mundanos nos têm sugerido com veemência que a dignidade celeste dos planetas essencialmente maléficos não pode ser tomada como uma espécie de afortunamento, a priori. O vírus da pandemia em curso surgiu na espécie humana, provavelmente, durante o trânsito de Marte pelo signo de Escorpião, sua outra casa e local de alegria.
A pandemia foi mundialmente deflagrada e se espalhou pelos continentes quando Marte estava no mesmo signo que Saturno. Ambos em Capricórnio, gozando de dignidades celestes maiores, de exaltação e domicílio, e sitiando Júpiter, que estava em queda neste mesmo signo meridional de terra.
O longo trânsito de Marte pelo seu domicílio diurno e de fogo pode representar o aumento de episódios de violência e rebeldia. Protestos pelo mundo podem aumentar, diante de um contexto de extrema crise sanitária e econômica. A violência pode permear tais movimentos com maior ênfase. Marte governa as forças militares, policiais e de infantaria. Em Áries, se torna a excelência de representação do front de qualquer guerra.
Onde há conflitos e quando Marte tocar pontos importantes de cartas de ingresso solar ou eclipse, estes processos tendem a extremismos. Nos locais em que a beligerância ainda não se estabeleceu de fato, respeitadas as análises e particularidades dos temas mundanos indicados em comparação ao trânsito marcial, poderá ocorrer eclosão de violência e guerra. Marte formará uma longa quadratura com Saturno, entre os meses de agosto e outubro, reforçando as indicações de embate envolvendo as esferas de poder constituído. 
A combinação de Marte com um signo ígneo e cardinal, somada à autoridade que o menor astro maléfico detém sobre este local, tem uma analogia muito forte com fogo, faíscas e fagulhas. A menor tendência à expansão das propriedades quentes e secas não pode ser menosprezada. Os incêndios podem aumentar, estatisticamente, nos locais mais afetados pelo trânsito de Marte. Prédios públicos importantes podem ser consumidos pelo fogo.

                               Carta do Ingresso Solar em Áries em 2020, Brasília-DF.


A última carta do ingresso solar em Áries para o Brasil, levantada para Brasília-DF, mostra o planeta Marte angular na primeira casa, exaltado no signo de Capricórnio e regendo a casa IV, que abriga o Sol. No tema de ingresso solar em Câncer, Marte novamente rege a casa IV e por seu trânsito em Áries, passará pela quarta casa das duas cartas de ingresso e lá ficará durante todo o ano. Poderá ocorrer a intensificação do número de queimadas, principalmente se as regiões que adotam tal prática sofrerem com secas ao longo de 2020. Muitas colheitas podem ser prejudicadas.

                              Carta do Ingresso Solar em Câncer em 2020, Brasília-DF.

A casa IV também fala da oposição ao governo constituído. Este perene trânsito de Marte em 2020 poderá representar uma maior força e combatividade destes setores políticos em relação ao Poder Executivo. A figura do Presidente e seu governo serão bastante provocados e as armas do outro lado parecem que se fortalecerão. Se analisarmos a carta da última posse presidencial, Marte estava posicionado em Áries, na casa XI do tema e no décimo segundo signo. Este trânsito, que atualiza a promessa da carta de posse e afeta as casas XI e XII, pode enaltecer o caráter daninho e belicoso de figuras muito próximas e detentoras de poder no atual governo.

                   Carta da Posse Presidencial de Jair Bolsonaro, 01/01/2019 - Brasília-DF.

Em Astrologia Natal, o trânsito de Marte em Áries pode provocar negativamente aqueles que têm planetas ou pontos importantes de suas natividades nos signos cardinais, que são o próprio signo de Áries e os signos de Câncer, Libra e Capricórnio. Pode ser pior para aqueles com tais colocações em Câncer e Libra, pois os raios desafiadores de Marte cairão em signos de suas debilidades maiores. Queda e exílio, respectivamente. Será mais importante se Marte estiver ativo de algum modo ou tocar planetas igualmente ativos pelas técnicas preditivas.
Se Marte em Escorpião representa a estratégia, a defesa, a energia devidamente armazenada e planejada para um ataque silencioso e eficaz, Marte em Áries é calor e secura em sua representação mais fidedigna. O general não está mais em seu quartel, em suas atividades de planejamento de guerra – Escorpião. Agora, o general está no front, comandando suas tropas e o combate é explícito e direto  Áries. 
No que tange ao comportamento da pandemia, vou analisar este trânsito em combinação com as pertinentes cartas do eclipse anular do Sol, que ocorreu no último domingo, dia do solstício, e escureceu os continentes africano e asiático. Este foi o último dos importantes eclipses da série que ocorreu nos signos cardinais. Aqui, deixo de fora o próximo eclipse penumbral da Lua. O eixo nodal está agora nos signos bicorpóreos e tais eventos passarão a acontecer nestas moradas celestes.

Endless savage revolt of the planets, I've testified the wrath of Mars
Nations exterminated, early morning genocide
Timeless untamed wild ancestor, before and beyond eternity
I ride the winds of creation, blowing and howling free.”

segunda-feira, 22 de junho de 2020

O Ingresso Solar em Câncer em 2020


No último sábado, dia 20 de junho, às 18h44min, o Sol ingressou no signo de Câncer e marcou o solstício de verão no hemisfério norte e o solstício de inverno no hemisfério sul. O último ingresso do luminar diurno no signo de Áries apresentou uma carta com um signo cardinal no ascendente quando levantada para a capital brasileira, o que nos possibilita analisar as cartas de cada ingresso solar nos signos cardinais ao longo de 2020.
A carta do ingresso solar em Câncer, levantada para Brasília-DF, apresenta o ascendente no 15º do signo de Capricórnio. Se trata do mesmo ascendente da carta do ingresso solar em Áries, reforçando as suas indicações. Com exceção de Mercúrio, todos os planetas estão recolhidos abaixo do horizonte. O astro mensageiro aparece angular e retrógrado, em conjunção ao ângulo descendente da carta, caminhando em direção à combustão com o Sol.

Carta do Ingresso Solar em Câncer em 2020, Brasília-DF.

Mercúrio, assim como no tema de ingresso solar em Áries, é o senhor da casa VI, que fala sobre as epidemias e enfermidades que assolam a nação. A angularidade do significador mostra a força da atual pandemia vivenciada no Brasil. A retrogradação e futura combustão de Mercúrio pode indicar estabilização e queda dos números de novas infecções no país.
Esta é uma questão delicada, pois o Brasil é uma nação continental e heterogênea. De fato, já há sinais de estabilização da pandemia do novo coronavírus em diversas regiões Outras, por sua vez, ainda não atingiram o ápice das mazelas da enfermidade. De todo o modo, conforme já abordei aqui no site, a tendência é de estabilização e flexibilizações, que podem ser percebidas com maior ênfase nas regiões mais populosas, centrais, metropolitanas e que sofreram com a pandemia desde o início de sua instauração no país.
A Lua, que fala das principais atenções do país e de sua sociedade, aparece na casa VI da carta de ingresso em Câncer. No tema de ingresso solar em Áries a Lua estava colocada na casa II. Aqui, há uma indicação de mudança de atenções e preocupações populares se deslocando da esfera econômica em direção à saúde pública e aos danos humanos causados pela pandemia.

Carta do Ingresso Solar em Áries em 2020, Brasília-DF.

O luminar noturno está em quadratura exata com Marte. O pequeno maléfico é um significador essencial de sexta casa e enfermidades. O contato tenso com a Lua mostra a população afligida pela pandemia. Marte também governa militares e forças policiais. Em casos de protestos, a população poderá ser duramente reprimida.
Marte é o senhor da casa IV e fala dos partidos que pertencem à dita oposição. Enquanto planeta regente da casa XI, fala do parlamento. As Casas Legislativas podem tomar ou aprovar medidas que venham a prejudicar consideravelmente a maior parte das pessoas.
O ascendente da carta representa o país, seu povo, sua saúde, prosperidade e acidentes. A Parte da Fortuna está disposta sobre o ângulo ascendente do tema. Na primeira casa, encontramos Júpiter em Capricórnio e Saturno em Aquário, ambos retrógrados.
Saturno e Marte são os dois planetas que tem mais poder sobre o ascendente. Saturno está inconjunto ao ascendente, enquanto Marte o testemunha através de um sextil. Marte possui mais autoridade que Saturno para representar o país durante o período de três meses que se inicia. Júpiter, que governa os termos do ascendente e aparece angular na primeira casa, também possui poder para representar a natureza dos três meses vindouros.
Marte forma um sextil partil com Júpiter. Ambos os significadores estão em recepção mútua, ainda que imperfeita, pois Júpiter está no local de sua queda. Júpiter fala do sistema judiciário, seus entes e da riqueza do país. Em queda e retrógrado, pode indicar a corrosão da riqueza nacional durante o período. Saturno regendo a casa II e retrogradando reforça tais acenos.
Mesmo diante das debilidades cósmicas, é boa a posição angular de um planeta benéfico como Júpiter. A conjunção com a Parte da Fortuna é parcialmente afortunada para a saúde do país e sua economia. Existem muitas dificuldades, mas há esperança e motivos para se esperar melhorias. Saturno, regente da casa II, em seu próprio domicílio e angular, também fornece uma indicação menos negativa, apesar de se tratar de um maléfico restritivo.
O aspecto exato que Marte forma com Júpiter pode indicar uma maior afinidade dos partidos de oposição ao governo com os representantes do sistema judiciário, pois Marte rege a casa IV da carta de ingresso. Enquanto senhor da casa XI, acena para tal familiaridade entre o Poder Legislativo e o Judiciário. A colocação de Marte no signo de Peixes, que corresponde à casa XI e ao local da Parte da Fortuna da carta da última posse presidencial, pode desafortunar e trazer litígios nas relações entre Executivo e Legislativo.


Mapa da Posse Presidencial de Jair Bolsonaro, 01/01/2019, Brasília-DF.

O Poder Executivo e a figura do Presidente são representados novamente por Vênus. Na carta do ingresso solar em Áries, Bolsonaro era representado por Vênus em Touro na casa V. Agora, o Presidente é simbolizado por Vênus em Gêmeos, dentro dos limites da casa V, no sexto signo e retrógrada. Vênus testemunha o meio do céu através de um trígono, fato este que concede maior autoridade ao menor astro benéfico para representar o mandatário do cargo máximo da nação.
Bolsonaro aparece mais fraco neste período de três meses que se inicia agora se compararmos com o anterior. Vênus não está aflita, mas perdeu muito de seu poder. A retrogradação pode indicar revisões de atitudes do Presidente, uma postura inicial de recuo. Em Gêmeos, Vênus está à disposição de Mercúrio. O astro comunicador governa a imprensa e os jornalistas e Bolsonaro pode se tornar refém dos noticiários.
Mercúrio rege a casa IX e o Poder Judiciário pode ganhar ainda mais protagonismo no período, se tornando um instrumento de controle ainda mais efetivo da figura do Presidente. Se considerarmos que Vênus está na sexta casa do tema de ingresso, isso pode indicar enfraquecimento da saúde de Bolsonaro. A colocação de Vênus no sexto signo da carta e retrógrada mostra que o chefe do executivo não sabe exatamente o que fazer diante da gravidade do quadro da pandemia que assola o país.
Estas são as principais notas que vislumbro para os próximos três meses a partir da carta de ingresso solar em Câncer. Outro tema que abordarei em breve, aqui no blog ou no canal, será o grande eclipse anular do Sol, que ocorreu ontem e afetou os continentes africano e asiático. Um tema dos mais relevantes para a Astrologia Mundana.

sábado, 20 de junho de 2020

Mercúrio - O Quarto Planeta Retrógrado em 2020


Na madrugada da última quinta-feira, Mercúrio iniciou o seu segundo ciclo de retrogradação anual. O planeta mensageiro ficará em Câncer até à primeira semana de agosto.
Os signos de água não concedem uma boa expressão representativa para Mercúrio. Se trata do planeta que governa a comunicação, a escrita e a retórica. Câncer, Escorpião e Peixes são signos mudos, que prejudicam e subjetivam tais propriedades mercurianas.
Dentre os três signos de água, talvez seja Câncer a morada que representa menor debilidade a Mercúrio. Peixes é o signo de seu exílio e queda. Escorpião é um signo fixo e de regência marcial, que torna a sua expressão mais lenta, condensada e maliciosa. Em Câncer, Mercúrio encontra o movimento característico da quadruplicidade cardinal.
A retrogradação de Mercúrio coloca o quarto astro errante em tal movimento simultaneamente. Vênus também está retrógrada e manterá esta direção por mais uma semana. Júpiter e Saturno ficam retrógrados até setembro.
A retrogradação dos planetas inferiores - Mercúrio e Vênus - é considerada mais aflitiva quando comparada aos planetas superiores. O motivo parece residir, principalmente, no fato de perderem a sua luz durante o movimento retrógrado, pois caminham na direção do Sol e da combustão. Os planetas superiores - Marte, Júpiter e Saturno, quando retrógrados, se tornam mais brilhantes no céu, grandes senhores de suas luzes.
Outros fatores devem ser levados em consideração para avaliar o grau de importância e aflição de um processo de retrogradação planetário. A ciclicidade é um deles. Mercúrio retrograda constantemente, três vezes ao ano. Vênus entra em movimento retrógrado a cada um ano e meio. Logo, se pode inferir que tal processo é mais singular e aflitivo ao menor astro benéfico. Para o caso de Júpiter e Saturno, que ficam retrógrados quatro meses todos os anos, não há muita diferenciação ou singularidade entre seus processos.
No caso dos planetas inferiores, a retrogradação ainda pode ser avaliada quando combinada ao grau de aflição que a consequente combustão provocada pelo Sol poderá proporcionar ao planeta. Mercúrio concorda em secura com o luminar diurno e sempre está muito próximo a ele.
Vênus é feminina e noturna, fria e úmida para a maioria dos autores. A combustão é uma aflição severa para a menor das fortunas, pois Vênus discorda totalmente das propriedades solares, que são masculinas, diurnas, quentes e secas.
Novamente, se conclui que a retrogradação e a combustão de Vênus tendem a possuir uma representação essencial bem mais negativa do que para Mercúrio. Entretanto, o movimento retrógrado de Mercúrio ganha, no imaginário popular, a posição de representante isolado de grandes catástrofes nas comunicações e tecnologias. A despeito destes temores, tudo ocorrerá dentro da normalidade na maior parte do tempo em que Mercúrio estiver retrógrado.