Aqueles que estão acordando cedo - ou dormindo bem
tarde - poderão observar o espetáculo que os três planetas superiores - Marte,
Júpiter e Saturno - estão realizando no céu noturno, algumas horas antes do
nascer do Sol, no horizonte leste. Há aproximadamente uma semana, Marte
ingressou em Capricórnio e se juntou a Júpiter e Saturno, que já ocupavam a
morada celeste mais meridional de todas.
Dispostos no mesmo signo zodiacal e com
declinações semelhantes, Marte, Júpiter e Saturno pode ser observados através
de uma espécie de linha reta, que se desloca desde o ascendente até à posição
do significador mais elevado no céu, que no momento é Marte. Hoje, a distância
em graus na eclíptica que separa Marte e Júpiter é de treze graus. Júpiter está
a nove graus de Saturno, enquanto Marte e Saturno estão separados por vinte e
dois graus eclípticos.
Entre os dias 18 e 20 de fevereiro, na semana
passada, tivemos a passagem da Lua pelo signo de Capricórnio, se aplicando por
conjunção a cada um dos três significadores. Além de tornar a configuração de
alinhamento ainda mais bela, o trânsito da Lua facilita a identificação dos
astros errantes aos observadores iniciantes do céu.
Aqueles que perderam as datas citadas e também os que
desejam repetir a dose de observações, poderão usufruir de uma oportunidade
ainda mais mais interessante. Em março, entre os dias 18 e 19, a Lua transitará
novamente por Capricórnio e em grande proximidade dos três planetas superiores.
Nestes dias, as vantagens ficarão por conta do maior
afastamento dos significadores em relação ao Sol, permitindo uma quantidade
maior de horas de observação, pelo caráter mais estreito do alinhamento de
Marte, Júpiter e Saturno, que se estenderá por apenas oito graus eclípticos, e
pela conjunção de Marte e Júpiter, que estará em franco processo de formação
durante o trânsito lunar por Capricórnio. Aqueles que desejarem observar os
três astros errantes formando um alinhamento equidistante, devem proceder às
suas observações entre os dias 05 e 06 de março. Nestas datas, Marte, Júpiter e
Saturno estarão a oito graus de distância um do outro.
A observação do céu noturno me inspirou a falar
novamente sobre as Direções Primárias. Tal técnica se baseia no movimento
primário do céu, ou seja, aquele que conduz todos os astros errantes e estrelas
fixas à luz, após cruzarem o ângulo ascendente, à culminação, quando chegam ao
meio do céu, e ao ocaso, quando cruzam a linha do descendente. Ao observar os
três planetas superiores, a sua passagem pelo ascendente, o aparecimento de sua
luz e a sua elevação no horizonte, não pude deixar de contemplar este movimento
primário do céu e da técnica de elevada hierarquia preditiva que lhe é análoga.
Este tema será abordado de modo especial e extenso nos próximos dias.
Créditos da imagem: Foto do monumento aos três reis,
de Chiang Mai, Tailândia.