No dia 26 de dezembro de 2019 ocorreu um
eclipse anular do Sol, que foi visível desde o Oriente Médio, passando pela
Índia, sudeste da Ásia e chegando até a Oceania. Conforme falei no vídeo que
gravei na véspera do evento e que poderá ser acessado aqui, eram e ainda são
esperadas consequências envolvendo o governo, poder, beligerância e desastres
naturais nos países afetados pelo eclipse.
Em Astrologia Mundial o princípio da
realidade não resta afastado e a subordinação dos eventos celestes a cada
particularidade regional deve ser avaliada. Nos países em que já há uma maior
instabilidade política e riscos iminentes de conflitos, caso do Irã, da Índia e
do Paquistão, eventos de análoga natureza podem ser esperados com um grau de
previsibilidade maior.
Mapa da Zona de Ocultação do Eclipse do dia 26 de dezembro de 2019. Fonte: timeanddate.com.
Falando no Irã, e este estado nacional
foi citado no referido vídeo lançado no meu canal no final do ano passado, já
há sérios desdobramentos envolvendo este país em apenas alguns dias decorridos
após o eclipse solar. A morte do General Qassem Soleimani, que era um dos
maiores líderes militares iranianos da atualidade, em terras iraquianas e
ocasionada por um ataque militar dos Estados Unidos, traz elementos de poder e
manobras bélicas para a mesa geopolítica do Oriente Médio e o Irã é um dos
principais atores neste atual processo.
Mas, por que o Irã já foi citado em meu
vídeo sobre o último eclipse? O primeiro motivo remete ao critério da
visibilidade. O Irã foi um dos países em que o fenômeno pôde ser observado,
ainda que em caráter parcial. O segundo motivo encontra lugar na obra de
Ptolomeu, em seu Tetrabiblos. As regiões que atualmente correspondem à porção
oriental do território do Irã e que são descritas por Ptolomeu como Ariana e Gedrósia,
são análogas ao signo de Capricórnio e a Saturno. O eclipse anular do Sol do
último dia 26 de dezembro ocorreu em tal signo móvel, disposto pelo grande
maléfico. Aqui há uma nova conexão entre o Irã e o eclipse.
Todavia, não é apenas o Irã que possui
esta dupla e relevante relação com o último eclipse solar. A Índia e o
Paquistão também estão duplamente conectados com o fenômeno. Em analogia ao
signo de Capricórnio e com Saturno, Ptolomeu cita a Índia. As regiões da Ariana
e da Gedrósia, descritas por Ptolomeu, também abrangem extensões importantes do
contemporâneo território paquistanês. Índia e Paquistão flertam há décadas com
a possibilidade de uma guerra de proporções maiores, envolvendo disputas pela
região da Caxemira e por uma posição de maior destaque geopolítico e militar no
continente.
O Afeganistão também deve ser lembrado, pois as regiões da Ariana e
da Gedrósia, citadas por Ptolomeu, também correspondem ao atual território
afegão. O Afeganistão já enfrentou guerras e invasões. Foi ocupado pela União
Soviética na década de 1980 e depois pelos Estados Unidos, na primeira década
do século XXI. Até o momento o seu governo é frágil e coexiste com o poder do Talibã, sendo incapaz de construir um projeto social sólido para a sociedade
afegã, pondo fim á guerra civil que se arrasta desde o final da década de 1970. Nenhuma superpotência conseguiu resolver seus problemas no Afeganistão
e, do mesmo modo, trazer solução às possíveis celeumas do país asiático.
Animação do Eclipse Solar do dia 26 de dezembro de 2019. Fonte: NASA.
Marte estava colocado no signo de
Escorpião desde o último dia 19 de novembro e representava a ação planejada, estratégica,
firme e assertiva, inclusive em temas militares. O ataque norte-americano, que
vitimou o general iraniano, ocorreu no dia em que Marte ingressou no signo de
Sagitário, que é o domicílio e alegria de Júpiter. Aqui há uma representação de
belicosidade exacerbada, pois Sagitário é um signo quente e seco, que contribui
para um destempero ainda maior na figura de Marte. Sagitário é um signo de fogo
duplo e bestial, com a natureza superlativa de Júpiter. As manobras e ações
militares se intensificam.
O ingresso de Júpiter no signo de Capricórnio, local
de sua debilidade maior de queda e da exaltação de Marte, foi objeto de um
artigo aqui no blog em dezembro do ano passado. Nestes escritos, afirmei que o
potencial superlativo e negativo do trânsito de Júpiter pelo signo de
Capricórnio poderia significar, dentre outras representações, o aumento do militarismo
e guerras. Marte está em um signo de Júpiter e o grande benéfico ocupa a
exaltação de Marte. Ainda no mês de janeiro, Marte e Júpiter se tocarão por
antíscios e os ânimos e movimentos bélicos podem se intensificar mais. Em meados
de fevereiro, Marte ingressará em Capricórnio e teremos os três planetas
superiores no mesmo signo zodiacal, o mesmo que abrigou o último eclipse solar.
Falarei sobre isto oportunamente e em breve.
Para o sudeste da Ásia, chama a atenção
a angularidade do fenômeno, que ocorreu muito próximo ao meio do céu nas cartas
de evento levantadas para Bangkok, Kuala Lumpur e Jacarta, capitais da
Tailândia, Malásia e Indonésia, respectivamente. Esta região, que engloba outros
países, como o Camboja, o Vietnã, as Filipinas, dentre outros, é altamente
suscetível à intensa atividade tectônica, que culmina em vulcanismo, terremotos
e tsunamis. O eclipse coloca toda a região em alerta. Os movimentos tectônicos
triviais continuam normalmente e não é para com estes que se deve ter
acautelamento. O eclipse indica a possibilidade de um ou mais eventos
singulares em sua intensidade. Ptolomeu relaciona o signo de Capricórnio com a
possibilidade de chuvas intensas. Logo, ciclones e tufões podem se manifestar
com ainda mais força nesta região da Ásia.
Mapa do Eclipse Anular do Sol do dia 26 de dezembro de 2019 - Bangkok, Capital da Tailândia.
Uma pergunta que sempre paira sobre os
eclipses é acerca de quando o fenômeno manifestará o espelhamento de seus
efeitos na esfera humana e mundana de eventos. Ptolomeu determina de forma
prática a relação da duração dos eclipses solares e lunares. Os eclipses do Sol
duram tantos anos quanto forem as horas de seu obscurecimento. No caso dos
eclipses da Lua, esta relação é convertida em meses.
Sobre quando ocorrerão os
principais eventos, dentro do período de atividade do eclipse, há uma relação
clara entre a alocação terrestre do eclipse e suas principais manifestações.
Quando disposto próximo do ascendente, as manifestações mais relevantes do
fenômeno ocorrerão no primeiro terço do período total de influência e
representação do eclipse. Próximo ao meio do céu, o eclipse sinaliza sua maior
potencialidade no segundo terço temporal. Quando o fenômeno ocorre próximo ao
ângulo descendente, é indicado o último terço do período total como aquele que materializará
os principais efeitos da ocultação do luminar. Em termos mundanos, somente as
regiões de visibilidade dos eclipses é que podem esperar a materialização de
seus significados e efeitos.
Para cada localidade afetada pelo
eclipse, a duração do evento será distinta e, por conseguinte, o período de sua
influência regional também o será. Por isso, para realizar previsões ainda mais
precisas e para cada uma das regiões afetadas pelo obscurecimento, é necessário
mensurar a duração do eclipse de modo individualizado.
Há muito o que dissertar sobre os
eclipses. Convido a todos os leitores para assistirem ao vídeo que abordei este importante tema em meu canal no
Youtube. Neste vídeo tratei do eclipse anular do Sol que abordo neste escrito
de hoje e também dos eclipses totais do Sol que atingiram os Estados Unidos em
agosto de 2017 e o continente sul-americano em julho de 2019. Diversas
implicações mundanas destes fenômenos foram abordadas, bem como, previsões
baseadas nestes eventos singulares também foram realizadas. Até breve,
leitores.