A quadratura exata entre Marte e Saturno
ocorreu há duas semanas, no dia 27 de outubro. Nas últimas semanas, diversos
movimentos sociais envolvendo violência, militares (Marte) e democracia,
sistema legal e poder (Saturno) ganharam a sua representatividade na esfera
mundana.
O Chile, o Equador e a Bolívia são os
países sul-americanos que materializaram tais eventos com maior ênfase. De um
modo geral, há revolta para com o poder instituído e suas medidas para com a
sociedade, independentemente da tintura ideológica do governo constituído.
As massas (Lua) têm conseguido avanços e
concessões e parecem mais fortes que os sistemas de repressão. Saturno, que
também pode ser considerado como um significador democrático, está mais forte
que Marte e o recebe. A democracia é a vontade do povo e ela tende, por este
testemunho, a prevalecer.
No Brasil não há aceno, por ora, para
eventos de tal natureza. Todavia, a Suprema Corte brasileira decidiu acerca de
cernes constitucionais (Saturno) envolvendo o cerceamento (Saturno) mais célere
(Marte) ou demorado (Saturno) da liberdade daqueles condenados em ações penais.
A prisão em segunda instância deixou de ser aplicada e o ex-presidente Lula
ganhou a liberdade na última sexta-feira, dia 08 de novembro.
É interessante lembrar que o eclipse
total do Sol de 02/07/2019 escureceu diversas capitais da América do Sul, com
ênfase para Santiago dentre os países citados. Outra capital que experimentou o
eclipse quase que em sua totalidade foi Buenos Aires. A Argentina enfrenta
severa crise econômica, já experimentou diversos protestos e elegeu a chapa de
oposição e de esquerda formada por Alberto Fernández e Cristina Kirchner para
ocupar a Presidência do país no dia em que Marte e Saturno formaram a
quadratura partil.
No último domingo, dia 10 de novembro, Evo Morales renunciou ao cargo de Presidente da Bolívia. Há vácuo de poder no
momento e a violência se alastra pelas ruas, colocando em lados opostos as
forças que levaram à destituição do poder presidencial e os antigos apoiadores
de Morales. Há riscos de uma escalada maior de confrontos e consequências ainda
mais severas do que aquelas observadas no Chile.
De julho até o momento, poucos países
sul-americanos obscurecidos pelo último eclipse solar total estiveram livres de
experimentar a representação dos seus efeitos na esfera governamental. Além dos
estados nacionais citados, observamos o caso do Paraguai, onde a chapa composta
pelo presidente Mario Abdo Benítez e seu vice Hugo Velázquez quase sofreram
processo de impeachment devido às relações envolvendo a compra de energia da
hidrelétrica de Itaipu e o governo brasileiro, em agosto. No Peru, o presidente
Martín Vizcarra destituiu o Congresso e convocou novas eleições em 30 de
setembro. O Uruguai terá um segundo turno eleitoral em suas eleições
presidenciais no dia 24 de novembro, que poderá colocar fim aos quase 15 anos
de governos de espectro ideológico de esquerda.
Outros países e regiões do mundo também
vêm experimentando convulsionamento social, caso de Hong Kong, Catalunha, Iraque,
Líbano e Haiti. Em comum, revoltas diante de atos discricionários
governamentais, corrupção, economias em queda e solapamentos de direitos
sociais. Todas estas regiões parecem estar muito distantes de uma solução
a curto prazo.
Voltando à América do Sul e para
finalizar o artigo, pode ser dito que o Brasil e a Colômbia ainda não
vivenciaram materializações mais severas do eclipse solar de julho. Todavia,
entendo que estas possibilidades não estão totalmente afastadas dos dois países. A Venezuela ficou fora da
região eclipsada. Entretanto, apesar de mais distante dos efeitos da ocultação
dos luminares, o país ainda liderado por Nicolás Maduro está muito distante da
estabilidade econômica, social e política. Seguimos vigilantes diante dos
próximos movimentos dos céus e daqueles que ocorrem na Terra e evocam
pregressas configurações celestes.
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