terça-feira, 13 de junho de 2017

Benéficos e Maléficos - Dicotomia

Uma das maiores dicotomias terminológicas da Astrologia encontra o seu lugar quando diferenciamos os planetas em benéficos e maléficos, no decurso de uma determinada análise astrológica sobre um mapa astrológico qualquer. Há um entendimento equivocado, contudo, em muitas interpretações sobre o tema. Os termos tornam-se mais palpáveis quando se é depreendido que planetas benéficos sempre significam eventos agradáveis, enquanto os planetas maléficos sempre estão ligados aos eventos indesejáveis e penosos. Entretanto, é necessário aprofundar-se mais sobre o assunto, para entender que agradável não significa necessariamente um bom desfecho e desagradável não significa um final necessariamente ruim.
Os planetas benéficos naturais são Vênus e Júpiter, somados ao Sol e Lua, quando estes últimos estão bem configurados para tal. Porém, foquemos em Vênus e Júpiter. São os astros errantes mais brilhantes do céu. São humoralmente equilibrados. Seus domicílios fazem bons aspectos aos domicílios dos luminares. Os eventos simbolizados por estes dois planetas sempre serão permeados de adjetivos que qualificarão os eventos como suaves, prazerosos e agradáveis.
Marte e Saturno são considerados planetas maléficos naturais. O Sol por sua conjunção corpórea também é maléfico, assim como a Lua, quando mal configurada. Marte e Saturno são destemperados, contrários à vida. O brilho de suas luzes no céu é opaco. Os seus domicílios fazem mau aspecto ao domicílio dos luminares. Marte é quente e seco, mais seco do que quente, contrário à vida. Saturno é frio e seco, mais frio do que seco, totalmente contrário à vida. As experiências destes dois planetas são taxadas como difíceis, árduas, penosas e geradoras de sofrimento físico e psíquico.
Certamente existe uma analogia maior entre os planetas benéficos e aquilo que é bom e termina bem, assim como os planetas maléficos possuem a analogia inversa, de significar eventos ruins e que acabam mal. Vênus e Júpiter apegam-se com mais facilidade à dimensão mais leve e frutífera da vida, enquanto Marte e Saturno conectam-se com muita facilidade com tudo aquilo que é denso e nos traz sofrimento durante a nossa existência.
Mas, na vida, tudo depende. Muitos eventos agradáveis terminam muito mal e experiências difíceis podem conduzir ao sucesso. Para um diagnóstico preciso é necessário avaliar o estado cósmico geral do planeta. Por exemplo, Vênus ou Júpiter, ocupando suas dignidades celestes, posicionados em boas casas astrológicas, livres de maus aspectos de planetas destrutivos e sem conexão maior com casas astrológicas infelizes. Neste caso, tudo aquilo de agradável significado por estes planetas chegará a um ótimo fim. Porém, se Vênus ou Júpiter estiverem em mau estado cósmico, pela sua posição em signos que lhes causem debilidade maior, em casa astrológica infeliz, regendo alguma destas casas e aflitos por maus aspectos de planetas maléficos, os eventos de caráter agradável por eles simbolizados chegarão a um mau fim. Pode ser a comida que gera enfermidades e morte. Através do sexo o nativo pode adquirir, igualmente, doenças. Esta é a forma que os planetas benéficos possuem de conectar-se aos maus temas da existência humana: através de boas experiências se atinge resultados finais extremamente negativos.
Marte e Saturno atuam de forma totalmente oposta. Quando estes planetas estão posicionados em suas dignidades celestes maiores, em casas astrológicas benéficas, sem conexão mais robusta com as casas astrológicas maléficas e livres de maus aspectos de planetas em mau estado, é prometida vitória e êxito através de experiências duras e extenuantes. Pode ser a carreira edificada com anos de estudo e com o enfrentamento de inúmeros obstáculos, por exemplo. Em estado cósmico oposto, além de experimentar as experiências ruins, estas conduzirão à miséria e derrota completas.
Este pequeno artigo tem a finalidade de debater objetiva e sinteticamente o celeuma dos planetas benéficos e maléficos na Astrologia. O tema será retomado, com o aprofundamento epistemológico que certamente lhe cabe. O leitor também será esclarecido de outros elementos com os quais ainda possa não estar familiarizado, que foram abordados nesta sintética escrita que lhes apresento.




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