Olá a todos!
Hoje serão explanados os princípios
fundamentais para a compreensão das diversas temáticas astrológicas que serão
abordadas neste blog. Esta introdução faz-se necessária a fim de preparar
minimamente o leitor, fornecendo-lhe as ferramentas necessárias para o estudo
da Astrologia Tradicional.
Primeiramente gostaria de enaltecer o
pressuposto fundamental da Astrologia, que é aquele da representação da
vivência humana através dos significadores astrológicos. Muitas vezes, na
linguagem dos astrólogos, fica implícita uma suposta relação causal. Esta
linguagem não será denegada aqui, até pelo caráter tradicional de sua utilização.
Todavia, a relação entre os significadores astrológicos e os eventos, sejam
eles pessoais ou mundanos, encontra lugar no princípio da sincronicidade
cósmica. O céu é o espelho terrestre e o que acontece na esfera mundana pode
ser visualizado e interpretado, nas três esferas temporais, pelo astrólogo.
Todo o sistema astrológico tradicional
está baseado na luz ou deriva dela. Posto isto, pode-se afirmar que o Sol e a
Lua são os astros naturalmente mais importantes para a Astrologia. O Sol é a
luz diurna, ativa e masculina e a Lua é a luz noturna, passiva e feminina.
Os signos, amplamente conhecidos pelos
estudantes iniciantes de Astrologia, não são personificações ou arquétipos. Os
signos são territórios, os quais possuem relação de dependência e pertencimento
aos astros errantes.
Aqui encontramos o conceito de regência e
domicílios planetários. Toda a edificação deste sistema baseou-se, claramente,
na definição da morada das duas luzes, como pode ser depreendida da leitura da
conhecida obra Tetrabiblos, de Ptolomeu. A Lua, fria e úmida, astro mais rápido
e feminino, agente comunicador da esfera celeste e mundana, recebeu como sua
casa o signo solsticial do norte, o signo cardinal de água, o signo de Câncer.
O Sol, quente e seco, astro definidor das estações geográfico-astronômicas,
recebeu como sua morada o signo fixo, setentrional e de fogo, o signo de Leão.
Aqui, fica expressamente claro o
privilégio dado ao hemisfério norte do planeta Terra, uma vez que os signos
escolhidos para a morada das duas luzes são aqueles que marcam o início e o
pleno estabelecimento do verão no hemisfério setentrional. Tal fato elucida o
próprio caráter empírico do incipiente conhecimento astrológico milenar,
desenvolvido por civilizações que habitaram, sem exceções, o hemisfério norte
do planeta. Este hemisfério, ao contrário do meridional, é o hemisfério das
terras e populações e o seu protagonismo, geográfico e astrológico, é um
processo natural.
Os demais signos foram distribuídos aos
outros astros errantes, conforme sua natureza operacional essencial e sua
relação de aspecto angular com os signos domiciliares dos luminares. Saturno, o
astro mais lento e distante, frio e seco e totalmente contrário à vida, recebeu
como seus domicílios os signos opostos aos domicílios do Sol e da Lua. Logo,
para Saturno coube a regência sobre os signos de Capricórnio e Aquário.
Júpiter, planeta temperado, moderadamente quente e úmido, recebeu como suas
moradas os signos que fazem aspecto de trígono com os domicílios dos luminares.
Júpiter rege, logo, Sagitário e Peixes. Marte, planeta extremamente quente e
seco, contrário à vida, recebeu como domicílio os signos que fazem aspecto de
quadratura às moradas do Sol e da Lua. Marte foi escolhido como regente dos
signos de Áries e Escorpião.
Vênus, planeta temperadamente frio e úmido,
favorável à vida, recebeu como seus lugares aqueles signos que fazem aspecto de
sextil aos domicílios dos luminares. Vênus rege, assim, Touro e Libra.
Mercúrio, planeta mais próximo do Sol, de caráter dual e conversível, dependente
dos planetas aos quais se alia, recebeu como moradas os signos que estão
inconjuntos aos domicílios do Sol e da Lua. Assim, Mercúrio rege os signos de
Virgem e Gêmeos. Dessa forma, fica completa a mandala astrológica de regências
planetárias, conforme pode ser observado abaixo:
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