terça-feira, 30 de maio de 2017

Princípios Fundamentais da Astrologia Tradicional - Os Domicílios e Regências Planetárias

Olá a todos!
Hoje serão explanados os princípios fundamentais para a compreensão das diversas temáticas astrológicas que serão abordadas neste blog. Esta introdução faz-se necessária a fim de preparar minimamente o leitor, fornecendo-lhe as ferramentas necessárias para o estudo da Astrologia Tradicional.
Primeiramente gostaria de enaltecer o pressuposto fundamental da Astrologia, que é aquele da representação da vivência humana através dos significadores astrológicos. Muitas vezes, na linguagem dos astrólogos, fica implícita uma suposta relação causal. Esta linguagem não será denegada aqui, até pelo caráter tradicional de sua utilização. Todavia, a relação entre os significadores astrológicos e os eventos, sejam eles pessoais ou mundanos, encontra lugar no princípio da sincronicidade cósmica. O céu é o espelho terrestre e o que acontece na esfera mundana pode ser visualizado e interpretado, nas três esferas temporais, pelo astrólogo.
Todo o sistema astrológico tradicional está baseado na luz ou deriva dela. Posto isto, pode-se afirmar que o Sol e a Lua são os astros naturalmente mais importantes para a Astrologia. O Sol é a luz diurna, ativa e masculina e a Lua é a luz noturna, passiva e feminina.
Os signos, amplamente conhecidos pelos estudantes iniciantes de Astrologia, não são personificações ou arquétipos. Os signos são territórios, os quais possuem relação de dependência e pertencimento aos astros errantes.
Aqui encontramos o conceito de regência e domicílios planetários. Toda a edificação deste sistema baseou-se, claramente, na definição da morada das duas luzes, como pode ser depreendida da leitura da conhecida obra Tetrabiblos, de Ptolomeu. A Lua, fria e úmida, astro mais rápido e feminino, agente comunicador da esfera celeste e mundana, recebeu como sua casa o signo solsticial do norte, o signo cardinal de água, o signo de Câncer. O Sol, quente e seco, astro definidor das estações geográfico-astronômicas, recebeu como sua morada o signo fixo, setentrional e de fogo, o signo de Leão.
Aqui, fica expressamente claro o privilégio dado ao hemisfério norte do planeta Terra, uma vez que os signos escolhidos para a morada das duas luzes são aqueles que marcam o início e o pleno estabelecimento do verão no hemisfério setentrional. Tal fato elucida o próprio caráter empírico do incipiente conhecimento astrológico milenar, desenvolvido por civilizações que habitaram, sem exceções, o hemisfério norte do planeta. Este hemisfério, ao contrário do meridional, é o hemisfério das terras e populações e o seu protagonismo, geográfico e astrológico, é um processo natural.
Os demais signos foram distribuídos aos outros astros errantes, conforme sua natureza operacional essencial e sua relação de aspecto angular com os signos domiciliares dos luminares. Saturno, o astro mais lento e distante, frio e seco e totalmente contrário à vida, recebeu como seus domicílios os signos opostos aos domicílios do Sol e da Lua. Logo, para Saturno coube a regência sobre os signos de Capricórnio e Aquário. Júpiter, planeta temperado, moderadamente quente e úmido, recebeu como suas moradas os signos que fazem aspecto de trígono com os domicílios dos luminares. Júpiter rege, logo, Sagitário e Peixes. Marte, planeta extremamente quente e seco, contrário à vida, recebeu como domicílio os signos que fazem aspecto de quadratura às moradas do Sol e da Lua. Marte foi escolhido como regente dos signos de Áries e Escorpião.
Vênus, planeta temperadamente frio e úmido, favorável à vida, recebeu como seus lugares aqueles signos que fazem aspecto de sextil aos domicílios dos luminares. Vênus rege, assim, Touro e Libra. Mercúrio, planeta mais próximo do Sol, de caráter dual e conversível, dependente dos planetas aos quais se alia, recebeu como moradas os signos que estão inconjuntos aos domicílios do Sol e da Lua. Assim, Mercúrio rege os signos de Virgem e Gêmeos. Dessa forma, fica completa a mandala astrológica de regências planetárias, conforme pode ser observado abaixo:





Um resumo didático final:

Saturno - o grande maléfico - natureza de oposição - 180° - rege Capricórnio, que se opõe a Câncer e Aquário, que se opõe a Leão.
Júpiter - o grande benéfico - natureza de trígono - 120° - rege Sagitário, que faz trígono a Leão e Peixes, que faz um trígono a Câncer.
Marte - o pequeno maléfico - natureza de quadratura - 90° - rege Áries, que faz quadratura a Câncer e Escorpião, que faz quadratura a Leão.
Vênus - o pequeno benéfico - natureza de sextil - 60° - rege Touro, que faz sextil a Câncer e Libra, que faz sextil a Leão.
Mercúrio - conversível e dúbio - natureza de inconjunção - 30° - rege Virgem, que está inconjunto a Leão e Gêmeos, que está inconjunto a Câncer.

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