Ontem, dia 1° de janeiro de 2019, às 15h11min,
no dia e hora de Marte e sob o horário brasileiro de verão e em Brasília-DF,
Jair Messias Bolsonaro toma posse como o 38° Presidente do Brasil. O ascendente
da carta é Touro e os demais ângulos da carta são fixos. Conforme o horário e a
época do ano escolhidos de praxe para tal cerimônia, não há nenhum testemunho
relevante assinalado por esta configuração. Da mesma forma, a posição do Sol,
por signo e casa, também é invariável e não deve ser tomada como qualquer
espécie de particularidade.
O mapa da posse presidencial apresenta
dois planetas angulares. Ambos são os próprios senhores do ângulo ascendente,
Vênus e a Lua. Os dois planetas estão em suas debilidades maiores, sendo que
Vênus está em exílio e Lua está em
queda. A Lua se aplica a Vênus, que já ocupa os termos de Saturno no signo de
Escorpião.
A Lua diminui em luz no signo de sua
debilidade. Após completar o último sextil com o Sol, caminha em direção ao
final do seu ciclo mensal. O último aspecto que o luminar noturno formou foi
com Saturno, um sextil cujos raios lunares caem no local do seu exílio.
O Presidente empossado é representado
pelo senhor da casa X. Saturno rege esta casa e está em conjunção com o Sol no
signo de Capricórnio, combusto e na nona casa da carta. Saturno, nestas
condições, acena para algum grau de dureza e secura do governante. Denota,
também, que o Presidente eleito se sente extremamente afinado com o povo, haja
vista que o Sol rege a casa IV da carta da posse e representa o povo. O
Presidente dispõe deste apoio, que também vem acompanhado de uma pressão
incisiva, representada pela figura do Sol. A conjunção formada por Sol e
Saturno na carta da posse aspecta por trígono o meio do céu natal de Bolsonaro,
que corresponde ao ascendente desta figura mundana. Esta configuração concede
poder e autoridade ao Presidente.
Marte ocupa o signo de Áries e está
colocado na casa XI, seu domicílio diurno. À medida que avançar por este signo
zodiacal, Marte irá se aplicar por quadratura a Saturno, planeta que rege a
casa X e representa o Presidente. Marte rege as casas VII e XII e possui uma
conexão íntima com inimigos, declarados e ocultos. Marte está no signo da queda
de Saturno e deverá haver muito acautelamento por parte do novo Presidente
contra a incursão dos inimigos. Estes podem se materializar na figura de chefes
de outros estados nacionais, mas também podem povoar os bastidores mais
próximos do Poder. Marte tem analogia com os militares, de um modo geral.
Bolsonaro deve ser vigilante para com seus assistentes mais próximos e
poderosos.
Consoante à carta do ingresso solar no
signo de Capricórnio, a Economia não decolará fragorosamente. Mercúrio, senhor
dos termos do ascendente, rege a casa II da carta e ocupa a casa VIII, em Sagitário,
local do seu exílio. A esperança reside em Júpiter, seu planeta dispositor. Em
Sagitário, seu domicílio diurno e ocupando a oitava casa do mapa, Júpiter pode
representar algum grau de saneamento de dívidas do governo e melhoria de suas
contas. Uma parte dos propósitos nacionais emanados pelo novo governo depende destas
medidas. A outra meta é sinalizada pelo planeta regente do ascendente, Vênus.
Na casa VII, há a indicação de busca por novos aliados e parceiros comerciais.
Ao ocupar o signo do seu exílio, Vênus sinaliza que este processo pode ser
frustrado em parte.
O tema natal de Jair Bolsonaro apresenta
o ascendente no signo de Câncer, com Júpiter exaltado neste signo e em
conjunção ao ângulo ascendente. O Presidente possui o Sol no signo de Áries,
exaltado na casa IX. A presença destes dois significadores em exaltação evoca,
não sem surpresas, temas religiosos e seus valores análogos com algum grau de
exagero. Júpiter é um significador essencial de fé e religiosidade, assim como
a casa IX também engloba estes temas. A casa IX é a casa astrológica do júbilo
solar e o Sol lá colocado, no signo de sua elevação e com poder regência sobre
este setor, traz esta agenda com muita força para o nativo.
Marte rege a casa IX da carta natal de
Bolsonaro e ocupa a décima casa, no signo de Touro. Os temas religiosos são
levados diretamente para a carreira. Marte é combativo e ao se opor a Saturno o
faz de maneira extremamente dura. Cabe ressaltar que a posição angular de Marte
é muito comum nas cartas natais das natividades de militares. Júpiter costuma
aparecer nos ângulos das natividades de políticos. Bolsonaro possui os dois
posicionamentos.
É interessante ressaltar que o ascendente
da posse presidencial corresponde ao meio do céu do mapa natal de Jair
Bolsonaro. Este testemunho pode acenar para a importância que o Presidente terá
para os rumos e história do país. Outro testemunho que vem a denotar a possível
singularidade do governante é a presença da Lua, planeta regente do ascendente
de Bolsonaro, em conjunção ao ascendente da carta de Independência do Brasil, no
signo de Aquário.
Outra correspondência relevante reside no
fato do Saturno da carta nacional corresponder ao meio do céu do Presidente e
que ascende no momento da posse, o próprio signo de Touro. A tarefa de governar
o país será muito difícil. O peso saturnino sobre Bolsonaro aparece também na
casa VII do mapa de sua posse, onde existe a correspondência da posição de
Saturno natal do Presidente. Esta casa abriga, no mapa da posse, dois planetas
debilitados, que são a Lua e Vênus. As relações internacionais, diplomáticas e
comerciais serão um desafio a parte e merecerão toda a atenção para que não
tomem rumos indesejados. Combinados aos testemunhos assinalados por Marte,
podem ser esperados litígios com o exterior. A posição de Marte natal de
Bolsonaro no signo ascendente da posse presidencial fará com que o Brasil
adquira uma imagem mais bélica perante o mundo sob a égide do novo líder.
A conjunção formada pelo Sol e Saturno é
desabonadora para a saúde do Presidente. Através da combustão, o Sol enfraquece
Saturno, que é o planeta significador de Bolsonaro. A configuração corresponde
à casa VI do mapa natal, enaltecendo às enfermidades e a debilidade física. O
ingresso de Marte no signo de Áries, que aparece na carta da posse, formando
uma conjunção com o Sol natal de Bolsonaro, também é mau para a saúde,
considerando que o Sol é o Hyleg da carta e Marte é um significador essencial
de moléstias e cirurgias. Some-se isto ao fato do eixo nodal afetar por trânsito
o ascendente natal de Bolsonaro, com o nodo norte formando uma conjunção com
este ângulo, o que acena também para um possível rebaixamento da vitalidade
neste momento.
Todavia, merece ressaltar que a figura de
Júpiter no ascendente natal de Bolsonaro representa o Alcocoden de sua
genitura. Sem aflições, deve conceder seus anos maiores de vida ao Presidente,
o que lhe permite no mínimo mais quinze anos de vitalidade. Porém, cabe o
alerta de que a esfera astrológica mundana se sobrepõe à natal e que movimentos
desta esfera superior, principalmente aqueles que envolvem a morte induzida ou
acidental de governantes, podem desrespeitar os anos de vida garantidos pelo
Alcocoden da carta natal.
Outras relevantes interações envolvendo o
mapa natal de Jair Bolsonaro, a carta de sua posse como Presidente e a carta de
Independência do Brasil merecem ser destacadas. O ascendente natal de Bolsonaro
aparece na casa III do mapa da posse presidencial, em conjunção com o nodo
norte. É de se esperar grandes ações por parte de Bolsonaro em temas nacionais
que envolvam a melhoria do sistema viário e dos transportes. Poderão ocorrer medidas importantes envolvendo os sistemas de comunicação no país. O modelo educacional do país, principalmente do ensino fundamental e médio, também estará na mira de profundas mudanças.
O ascendente natal de Bolsonaro
corresponde à casa VI da carta de Independência do Brasil. Neste viés, podem
ser esperadas ações que fomentem mudanças significativas nas relações de
trabalho, nos setores público e privado. O sistema de saúde pública do país
poderá passar por grandes reformas, igualmente.
Considerando que Júpiter é um
significador natal que goza de bom estado cósmico, é de se esperar que tais
mudanças tenham intenção e conotação positiva, ainda que possam pecar pelas
ações exageradas. Cabe lembrar que Bolsonaro possui Júpiter em exaltação e em
conjunção ao seu ascendente natal. Tal planeta é o Senhor das Maneiras e o
Almuten Figuris de sua natividade. Ainda que tome medidas equivocadas e
prejudiciais a determinados setores sociais e ao país, Bolsonaro tem a convicção
pessoal de que está a fazer o certo e o bem.
O temperamento do Presidente aponta para
fleumático, a despeito do que o imaginário popular possa conduzir à conclusão
de que Bolsonaro possua o temperamento colérico predominante. Ainda que haja
aceno de precarizações e possíveis litígios nas relações internacionais, parece
que Bolsonaro não tende, prioritariamente, às atitudes precipitadas. Há uma
diferença entre o ator político, que aparece à população e o indivíduo Jair
Bolsonaro, que reserva as suas características singulares aos mais próximos,
como a maioria das figuras públicas procede.
A Parte da Fortuna do mapa natal de
Bolsonaro está posicionada no signo de Gêmeos, na casa XI. Nesta colocação,
ocupa o mesmo signo que Júpiter e a Lua ocupam no mapa de Independência do
Brasil. Este testemunho sinaliza apoio popular e dos poderes Legislativo e Judiciário.
Vênus rege a casa IV do mapa da Independência e aspecta a Parte da Fortuna de
Bolsonaro através de um sextil. Como representante do povo brasileiro, Vênus
ratifica o testemunho de apoio popular e a sua ascensão ao poder.
No mapa da posse presidencial, a Parte da
Fortuna está disposta na casa XI e tem na figura de Júpiter o seu senhor. No
seu domicílio e em Sagitário, Júpiter assiste ao lote e confirma o apoio do
Poder Legislativo a Bolsonaro. A afinidade com o Poder Judiciário é asseverada
pela própria presença de Saturno, senhor da casa X da carta da posse, na casa
IX. Endurecimento das leis, penalidades mais severas e moralização social
através dos valores que a autoridade que toma posse como Presidente entende
como corretas. Estas são intenções enfáticas de Bolsonaro.
Realizando um balanco geral da análise
astrológica elaborada, pode ser afirmado que os maiores desafios de Jair
Bolsonaro, como Presidente do Brasil, residem na sua própria saúde física e no
perigo materializado na figura de representantes de outros estados nacionais -
e que poderão ser poderosos - e também daqueles que estão no seu círculo mais
próximo de assistência, com algum grau de poder agregado.
A carta da posse não apresenta eclipses,
fato que sempre costuma ser nefasto para o início de qualquer governo. Embora a
Lua esteja no seu final de ciclo de luz e ocupe o signo da sua queda, ocupa uma
casa angular e se aplica a um planeta benéfico, que é Vênus. Ainda que esteja
exilada, Vênus vai conceder, ainda que em um primeiro momento, simpatia e apoio
popular. A Lua rege as massas e Vênus os aliados.
Apesar de combusto, Saturno
ocupa o signo do seu domicílio e a recepção formada com o Sol ameniza a
debilidade imposta pelo luminar diurno. O governo poderá ser transcorrido e
concluído, havendo salvaguarda contra os maiores perigos assinalados e tendo
ciência de que a popularidade e os indicadores econômicos são voláteis e
mutuamente dependentes.